Já estamos em março, mês no qual Felipão disse que o time estaria pronto. Até agora foram 14 partidas e o desempenho, ao menos numérico, é positivo: 9 vitórias, 4 empates e apenas 1 derrota, 74% de aproveitamento dos pontos disputados. O time está embolado na liderança (por pontos) no Paulistão e caminha tranqüilo na Copa do Brasil. Falta apenas o time jogar um futebol mais vistoso, mais agradável de ver, um futebol que dê perspectiva de maior competitividade contra adversários mais fortes. E assim também atrair sua torcida: apesar dos números acima os dois últimos jogos em casa, somados, trouxeram apenas R$87 mil ao caixa do clube, isso não paga nem quatro dias do Felipão!
O torcedor, com sua ausência, parece sentir as debilidades do time por detrás dos números. Mais do que isso percebe as negras nuvens que pairam sobre o Palestra. Ainda acredito que o Palmeiras tem grandes chances de sair vitorioso nos esvaziados campeonato paulista e Copa do Brasil. Para isso precisará do melhor de Valdivia e Kleber e da máxima entrega do restante do elenco. Mas e depois? O que o futuro reserva para o Palmeiras? Os ladrões de galinha que assumiram o clube estão sem rumo. Acostumados com o gordo caixa que a Parmalat gerava e deixou quando saiu do clube, caixa este que depenaram ao longo de sete anos, encontram-se agora com a terra arrasada deixada por Belluzzóquio e sua gangue. Como não havia recursos disponíveis para um assalto mais fácil, os dirigentes anteriores atiraram o clube em dívidas impensáveis apenas para gerar seus nefastos espólios. O clube não tem como pagar as despesas mensais, que dizer então das dívidas com os bancos, Traffic, Lincoln, Eternos Palestrinos e da compra de Valdivia. Terá que continuar a recorrer aos bancos para cobrir o déficit e, assim, incorrer em mais dívidas e juros, num circulo vicioso que pode levar ao fim um clube que um dia foi dos melhores do país. Fim este que pode ser decretado prematuramente caso a desejada Arena resulte apenas nos destroços do Palestra Itália.
Enquanto o time naufraga financeiramente, o time em campo enfrenta problemas crescentes. Além da falta do propalado centroavante, um meia esquerda é também urgente dado o afastamento de Lincoln que restringiu a Valdivia toda a criatividade do time. As saídas de Danilo "Cuspe" e Mauricio Ramos deixará o time com apenas dois zagueiros no elenco: Thiago Heleno e Leandro Amaro. Portanto, ao menos um zagueiro se tornará mais uma prioridade. Ou seja, se o time não consegue hoje um centroavante, conseguirá recompor o elenco destas três prioridades? Tudo indica que o time seguirá enfraquecido no segundo semestre quando os torneios ficam mais competitivos.
Time com perspectivas de desempenho negativas no prazo médio, probabilidade de receitas estagnadas, dívida tão alarmante quanto galopante e caos político. Eis o Palmeiras hoje.