Com o avançado estado de putrefação do futebol nacional, não deixa de ser um bálsamo o fácil acesso que temos, via os canais por assinatura, ao futebol europeu. A Liga dos Campeões é, depois da Copa do Mundo e da Copa Européia de Seleções, a competição de futebol mais atraente do planeta. A Liga UEFA segue logo atrás, agrupando os times que não se classificaram para a Copa dos Campeões mas que, ao contrário da ridícula Sulamericana, ainda apresenta um alto nível, recheada de craques e disputada em grandes palcos. Enquanto isso as principais ligas nacionais coletivamente agrupam praticamente todos os grandes jogadores mundiais. O alto nível do espetáculo atrai dinheiro suficiente para fazer atletas dos quatro cantos do mundo sonharem em jogar lá. Até mesmo uma Ucrânia ou a pequena e querida Portugal facilmente levam as revelações e craques brasileiros ou argentinos. Esta concentração multinacional de craques garante a insuperável supremacia do futebol praticado na Europa. Tal qual acontece nos EUA com a NBA, tamanha diferença qualitativa versus o terceiro mundo futebolístico acaba elevando o nível dos futebolistas locais, como cabalmente comprovam as últimas duas Copas do Mundo onde as finais foram disputadas exclusivamente por seleções européias.
Mas algo incomoda, e muito, para um melhor aproveitamento deste futebol de verdade. É a maldita transmissão em português. Por isso não me canso de solicitar a ESPN que libere a transmissão do áudio em inglês, e assim nos brindar com uma narração ao menos mentalmente equilibrada. Narradores e comentaristas brasileiros agridem nossos ouvidos com gritos estridentes (quando não abjetas demonstrações de latente homossexualismo), emoções falsas, informações equivocadas e as exasperastes mensagens via blog ou twitter: a quem interessa saber que "não sei quem" de "não sei onde" achou se determinado lance foi falta ou não?! Assim, enquanto não habilitam a tecla SAP vou de MUTE.