22 de dezembro de 2009

Balanço 2009

Logo ao término do ano passado já tivemos um gostinho do que estava por vir em 2009. A decisão de manter o técnico Luxemburgo foi o primeiro erro. Era evidente que ele apenas tocava seus próprios interesses no clube, mas como esses se alinhavam com os interesses pessoais dos dirigentes ele começou este ano à frente da comissão técnica. Depois veio a inacreditável total renovação do elenco às portas de uma Libertadores. Para que tanto esforço de se classificar para logo depois remontar todo o time? E chamam isso de planejamento? Com estas duas aberrações abrimos o ano de 2009, e só podia terminar como acabou. Não há quase nada que se possa elogiar na gestão deste ano:

Contratações (nota 2 – as notas são de 1 a 5, sendo 1 a mais baixa)
Ao todo foram dezessete contratações para o elenco profissional. Destas, poder-se-ia considerar que cinco faziam sentido: Keirrison, Marquinhos, Willians, Pablo Armero e Vagner Love. Mas Keirrison já estava negociado com o Barcelona e ficou apenas alguns meses. E ainda tivemos que assistir dirigentes e técnico mentirem deslavadamente sobre o tempo que ele jogaria pelo time até sua despedida final. Marquinhos e Willians estavam entre as melhores revelações do ano anterior, mas abandonados no clube sucumbiram à pressão do time grande e à vida em São Paulo. Pablo Armero era mais um jovem que chegava, e ainda por cima estrangeiro. Começou bem mas, também abandonado, terminou o ano como os dois garotos vindos da Bahia. Finalmente, Vagner Love veio substituir Keirrison, mas ainda não conseguiu reeditar seu bom futebol. Ou seja, mesmo quando as contratações eram justificáveis o resultado foi pífio, para não falar no golpe dos dirigentes sobre a torcida no caso do Keirrison.
Cleiton Xavier foi outro que chegou este ano. Pode fazer um bom papel como segundo volante, mas o absurdo foi trazê-lo através da Traffic ao invés de simplesmente fazer o contrato diretamente com o jogador que estava saindo do Internacional-RS. Precisam de investidor para trazer jogador de custo zero? Por isso digo que Belluzzóquio foi a melhor coisa que já aconteceu à Traffic.
De resto tivemos dois zagueiros medíocres, i.e. Mauricio Ramos e Danilo, um lateral direito que ainda tem que se provar, i.e. Figueroa, e uma seqüência de desastres: Henrique, Mozer, Souza, Edmilson, Marcão, Robert, Ortigoza e Obina. A gangue do Muda Palmeiras continua disputando arduamente com Mustafá o título de "bestas em contratações". Na qualidade estão empatados, mas na quantidade o Muda Palmeiras leva uma indesejável vantagem: foram 55 contratações em três anos contra as 100 de Mustafá em seis anos e meio.
E olhem que nem mencionei as absurdas contratações feitas para o time montado para os "empresários amigos" que chamam de Palmeiras B. Foram mais de uma dezena, mas deixemos isso para lá, pois a merda acima já foi cavalar.

Venda de Jogadores (nota 1)
Esta é uma das mais importantes fontes de receita dos clubes brasileiros, e não era diferente no Palmeiras. Mas depois do golpe Cesta de Atletas que Belluzzóquio aplicou no clube, e de abrir as portas para a Traffic trazer seus medíocres jogadores, como Jumar, Sandro Silva, Paulo Miranda, Jefferson, Evandro, Lenny ou o "custo zero" Cleiton Xavier, o Palmeiras não arrecadou mais nada com a venda de jogadores. Somando umas migalhas da venda de Keirrison, atiradas pela Traffic, e alguns créditos antigos de vendas passadas, este foi um dos piores anos na apuração de receita de venda de jogadores na história recente do clube. Ainda tivemos que testemunhar a palhaçada de dirigentes e Traffic dizendo que não venderiam ninguém no meio do Brasileirão quando a verdade era que não haviam propostas por Diego Souza e Cleiton Xavier. Patético.
O entreguismo do patrimônio do clube aos "amigos" da Traffic está custando milhões ao clube e, se não corrigido rapidamente, pode destruir o time. O clube pode nunca mais se recuperar depois de uma dupla tão desastrosa no comando do clube como Mustafá e o Muda Palmeiras de Belluzzóquio.

Comissão Técnica (nota 2)
A já mencionada manutenção de Luxemburgo foi o pior início de ano possível. Quando os inchados egos do técnico e de Belluzzóquio finalmente colidiram ele deixou o clube. Isso aconteceu no meio do campeonato... é o planejamento à la Belluzzóquio.
A contratação de Muricy foi positiva, pois é um dos melhores técnicos no mercado. Porém, uma vez mais, os dirigentes aceitaram pagar o maior salário do mercado. Assim Muricy saiu dos R$250 mil/mês do São Paulo para os R$450 mil mensais do Papai Belluzzoel. Para piorar as contas mantiveram o ridículo Jorginho ganhando R$ 40 mil/mês para mover cones no gramado do CT.

Divisões de Base (nota 1)
Este ano apenas dois jogadores das bases fizeram suas estréias no time de cima: o atacante Daniel entrou um alguns poucos jogos e o meia Felipe jogou alguns minutos no jogo contra o Santos. Precisa dizer mais?

Dependências Futebol Profissional (nota 2)
Depois de obras importantes no ano passado pouca coisa evoluiu. O destaque negativo fica por conta da Arena que ainda não saiu do papel. É preocupante. Fico até temeroso que as obras comecem e o Palestra seja inutilizado. Imagina se o dinheiro acaba no meio das obras e o time fica sem estádio? Seria o fim do Palmeiras. E nada é impossível com os bandidos que estão lá.

Contratos de Patrocínio (nota 3)
Apesar dos dirigentes gostarem de arrotar que os contratos de patrocínio do Palmeiras são ao maiores do futebol nacional, isso não é verdade. Os contratos com Samsung e Adidas estão em linha com a posição do Palmeiras do ranking de torcidas. É o que eu chamo fazer o dever de casa. "Ah! Mas com o Mustafá era muito pior!", esperneia a gangue do Muda Palmeiras. Era sim e por isso, entre outras coisas, Mustafá é um merda.
E de negativo ainda teve o fiasco do patrocínio nos calções.

Marketing (nota 1)
Nada de novo nesta área. Ficou apenas na repetitiva mudança de camisas. E tivemos o desastre Avanti Palmeiras, algo de um amadorismo surpreendente. Total de adesão neste momento: 1.477 sócios. Talvez o pior desempenho de um programa de sócio-torcedor na história do futebol mundial. E a Outplan, nova empresa de venda de ingressos? Outro show de horrores.

Planejamento (nota 1)
Planejamento? O que é isso? Eu sei o que é, e tenho certeza que vocês também sabem. Mas Belluzzóquio e sua turma só sabem planejar o enriquecimento da Traffic e deles mesmo. O resto que exploda.

Transparência (nota 1)
O que dizer de transparência quando o mandatário do clube usa o time B para favorecer um amiguinho petista (de merda). Se você ainda não leu sobre o "Esquema Mauá" clique no link http://quixoteverde.blogspot.com/2009/07/belluzzoquio-usa-palmeiras-b-para.html. Tivemos ainda as mentiras envolvendo a vinda e saída de Keirrison, nenhum escândalo apurado, e agora está havendo uma tentativa de engenharia contábil no balanço deste ano para esconder o descalabro financeiro. Precisa mais?

Comando (nota 1)
Luxemburgo fazia o que queria. Muricy ficou sozinho desde sua chegada. As revelações trazidas foram jogadas às feras da cidade grande. Humilham os jogadores mandando-os ficarem sentadinhos para levar pito de torcida uniformizada. E por aí vai... É a casa da mãe Joana comandada pela cafetina Belluzzóquio, que com seus chiliques de biba também só prejudicou time.

Gestão Financeira (nota 1 – ou melhor, menos muitos milhões)
Ao longo do ano já falei da gestão temerária que empregam no Palmeiras. A água já tá batendo no queixo. A Libertadores não veio, o patrocínio dos calções foi um golpezinho fracassado, o Avanti Palmeiras é um fiasco, anteciparam dinheiro dos patrocinadores e da FPF, as despesas com juros crescem... como vão pagar as contas de 2010? O Palmeiras precisa urgente de um dirigente honesto e trabalhador para por esta bagunça em ordem.

Seria bom que este fosse apenas um ano para esquecer. Mas a administração do clube foi tão calamitosa que é capaz de passarmos 2010 apenas pagando a conta dos erros de 2009.