Outra das promessas de campanha do Belluzzo refere-se às divisões de base. Mais especificamente ele diz que irá fazer o seguinte (extraído do panfleto de campanha do Belluzzo):
- Utilizar os recursos federais disponíveis por meio da Lei de Incentivo ao Esporte para aprimorar a infra‐estrutura do departamento, promovendo investimentos na remodelação do centro de treinamento de Guarulhos (CT‐II), modernização das áreas de treinamento e construção instalações para alojamento, alimentação, convivência e lazer dos jovens.
- Cumprir com a responsabilidade social da SEP junto aos jovens, intensificando o trabalho de acompanhamento psicológico, médico, odontológico e educacional.
- Desenvolver um programa estruturado de capacitação e aprimoramento técnico, tático e físico durante toda a carreira não‐profissional dos atletas, concebido inteiramente de acordo com as necessidades do futebol moderno.
- Implantar núcleos de observação de atletas espalhados pelo território nacional e nos países vizinhos da América Latina, com o objetivo de selecionar atletas com elevado potencial futebolístico.
Em primeiro lugar vale salientar que em dois anos que o grupo de Belluzzo comanda o futebol do clube as divisões de base não produziram nenhuma grande revelação, ao contrário, o time perdeu David de graça. O bando do Muda Palmeiras fez apenas algumas melhorias de infra-estrutura como cantina nos alojamentos dos atletas. E as duas primeiras promessas acima são justamente no sentido de melhorias estruturais, tanto nas dependências físicas quanto no tratamento extra-campo dos garotos. Nada errado com isso e corretíssimo assim fazer. O São Paulo já faz e todos os times deveriam ser assim. Mas onde entra o futebol? Apenas este tipo de investimento não garante retorno esportivo. A prova disso é o Corinthians que tem uma estrutura deplorável, mas é o time que mais revela jogadores em São Paulo. O terceiro ponto acima é vago e não diz nada... típico de político de esquerda. E a última promessa vem sendo decantada há mais de um ano (lembram do Green Talent?) sem que nada concreto tenha acontecido.
Pelo que vimos até agora de realidade e promessas, as bases vão continuar tão improdutivas quanto nos anos negros de Mustafá e outros cappi de plantão. Caso queira mesmo fazer um trabalho sério nas bases o novo presidente deveria:
- Acabar com o apadrinhamento e loteamento dos times das bases para conselheiros, sócios e "empresários amigos". Porém, ao invés disso, Belluzzo comentou que pensa fazer parceria com a Traffic para administrar as bases. Não contente em lotear o elenco principal para seus "amigos", ele agora quer também entregar as bases? É um começo perigoso, muito perigoso.
- Colocar pessoas competentes para gerir as divisões de base e trabalhar com os garotos. Jorginho (Gerente das Bases), Betinho (técnico do sub-20) e todos os demais que lá infestam já cansaram de provar sua incompetência. Mas como fazem parte da corriola e bancam as negociatas dos dirigentes parecem eternos em suas funções. Apenas para lembrar, Jorginho e Betinho jogaram com o pateta Cecilio e foram por ele contratados.
- Focar o trabalho no sub-20, sub-17 e sub-15, cancelando as inúteis divisões inferiores. Estas poderiam ser repassadas ao clube social como escolinha para os filhos dos sócios, sem envolvimento com o orçamento do futebol profissional (vide comentário sobre a separação do futebol profissional e clube social na primeira postagem sobre Promessas de Campanha).
- Acabar com o deplorável Palmeiras B que é o oposto de "um programa estruturado de capacitação e aprimoramento técnico, tático e físico durante toda a carreira não‐profissional dos atletas" ao qual Belluzzo se refere acima de forma inócua.
- Sair do campo das promessas e efetivamente implementar as melhorias estruturais, e principalmente uma rede de "olheiros" remunerados (via um pequeno finder fee sobre os atletas aprovados e um pequeno percentual sobre a eventual venda futura do jogador). Quão complicado será isso? Porque nunca sai do campo das promessas vazias? Que comecem tal rede de "olheiros" pelo estado de São Paulo e depois expandam gradualmente. Mas não. Na doente mente esquerdista vale mais o discurso utópico de "território nacional e países vizinhos da América Latina" do que o pragmatismo exigido pela realidade.
Mais a frente volto com outras promessas de campanha de Belluzzóquio.