18 de outubro de 2008

Lugar de vagabundo é na cadeia

Segundo divulgado pela Folha de São Paulo o Ministério Público paulista investiga um suposto esquema de emissão de notas frias no Palmeiras, que envolveria compra de dólares e de juízes no período de 2001 até 2004.

Por meio de depoimentos de ex-funcionários e de documentos, a Promotoria entendeu que a prática ilegal era de uso corriqueiro do clube do Palestra Itália, e haveria até indícios de uso de empresas fantasmas.

A primeira acusação foi feita por Carlos Kamal, ex-supervisor do vôlei do Palmeiras, que trabalhou no clube entre 1988 e 2004. Outros dois ex-funcionários da agremiação confirmaram o que foi dito por ele posteriormente.
Em depoimento à Promotoria, Kamal afirmou que, entre 2001 e 2004, 'foram praticados crimes de estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, entre outros'. De acordo com a versão dele, o esquema começou em 2001, quando o então jogador de vôlei do Palmeiras Talmo de Oliveira 'pediu a emissão de nota fiscal para a empresa FT Esportes Ltda. para acerto de Imposto de Renda de R$ 5.000, sem que existisse contrapartida em serviços prestados ao clube'.

Igual ao recente caso no Corinthians,a suspeita principal é a de que a prática serviria para remunerar dirigentes que, em tese, se dedicam aos clubes voluntariamente.

Acho que isso é a ponta do iceberg. A podridão é grande desde o desfalque de Sacomani. Mais do que saber de uma nota fria de R$ 5 mil, é preciso esclarecer o que aconteceu com os R$ 40 milhões que a Parmalat deixou no clube? Porque os dirigentes se digladiam para ficarem gravitando entorno da milionária construção da Arena? Porque as divisões de base sapo loteadas para empresários? Porque a Traffic pode fazer o que bem entende no Palmeiras?

Estas perguntas precisam de respostas. E os eventuais culpados irem para a cadeia.