Apesar disso, persistem alguns erros nas transmissões de jogos que apontam ao amadorismo com o qual as redes de televisão ainda tratam este esporte.
Começa pela insistente mania dos editores de imagem em cortarem cenas de bola rolando para repetições de lances, reações de técnicos e torcida ou focarem a imagem em algum jogador. Uma partida de futebol tem entre 25% e 50% de tempo de bola parada, isso é mais que suficiente para repetir os lances pertinentes e explorar os lados emocionantes e informativos dos personagens do evento. Nada justifica perder um segundo sequer de bola em jogo.
Ainda no quesito edição, aborrece assistir a repetição de faltas em até 3 ângulos diferentes. O recurso da repetição deve ser utilizado para valorizar o espetáculo. Deve-se dar prioridade aos lances de gol e de beleza estética, e assim mesmo com parcimônia para não cair no erro anterior.
Os editores de imagem deveriam ser obrigados a assistirem as transmissões das partidas dos campeonatos europeus para aprenderem como se faz. Basta copiá-los e deixar de inventar moda.
Os repórteres, narradores e comentaristas também deixam muito a desejar. Entre seus âmbitos irritantes incluem-se:
- “Chutar” o nome do jogador na jogada por não conseguir identificá-lo.
- Tentar adivinhar o que o jogador disse apesar de não ter escutado nada, ou ainda, traçar conjecturas sobre o que passa na cabeça dos jogadores ou técnicos.
- Ficar dando opiniões sobre decisões dos árbitros, por vezes até em desacordo com o que mostram as imagens.
- Discussões de opiniões entre eles durante a transmissão
- Ridicularizar atletas como se eles fizessem melhor.
- Falar errado, principalmente erros de concordância.
- Tecer comentários sem lógica como o já famoso “gol na hora certa”.
- Entrevistas com perguntas tolas – “Você está chateado com a derrota?” – ou provocativas em busca de alguma polêmica.
Uma medida saneadora seria a eliminação do ex-árbitro das transmissões e assim deixar de dar tanta ênfase a esta questão. Ênfase esta que parece inclusive afetar e prejudicar aos próprios árbitros e, conseqüentemente, o espetáculo. E, finalmente, somente contratar para comentarista ex-jogadores que dominem o idioma e que tenham capacidade de síntese e noções de lógica. Aliás conhecimentos que também seriam muito bem-vindos aos demais profissionais esportivos, junto com uma boa dose de educação e bom senso.