6 de dezembro de 2010

“Palmeiras Já”... um sonho de verão

O timing do manifesto "Palmeiras Já" é ideal. O verão. Até por que não passa mesmo de um sonho de verão. Li o manifesto e encontrei apenas verborragia. Em nenhum momento ali se diz como os objetivos almejados seriam alcançados. Seu claro intuito é acumular assinaturas para demonstrar o que os torcedores gostariam que acontecesse (será que ainda ninguém sabe?). É apenas uma expressão de desejo. Até deixei lá minha assinatura mesmo sabendo que será inútil. Afinal como convencer aos conselheiros e demais sócios-merdas a soltar a rapadura. Eles falam sério quando gritam "Palmeiras minha vida é você!", pois é de lá que roubam seu sustento. Eles se afastariam dos milhões gerados pelo time no caso de uma separação do futebol do clube social e da instalação de um sistema eleitoral aberto para a candidatura e voto de todo e qualquer sócio-torcedor. Abaixo-assinados não movem esta gente.

Mas o que fazer então? Há poucas opções:

(1) Seguir curtindo os jogos do time e não dar tréguas para os dirigentes. Apontar seus erros e ridicularizá-los pelo o que são. Para tanto se usa a internet e as arquibancadas tentando chamar a atenção da grande mídia para que eles também exponham os dirigentes ao ridículo, e com sorte gerar até alguma ação no Ministério Público que os ponha na cadeia. Isso teria o benefício de inibir a sujeira. Hoje o Palmeiras é o clube mais corrupto do país. Diminuindo a sujeira poderia ao menos equiparar-se ao nível de corrupção dos outros e, assim, ficar mais competitivo. Não resolve o problema, mas pode minimizá-lo. O problema é que as torcidas organizadas são todas ligadas politicamente a alguma das facções criminosas que lutam internamente no clube. Muitos sites, fórum e blogs também chafurdam nestes mesmos dejetos. São tão bandidos quanto os dirigentes.

(2) Abrir uma campanha "Este Palmeiras Nunca Mais" com o objetivo de não ir mais aos estádios, não comprar itens do clube, não assinar PPV, não apostar em Timemania e assim por diante. Com o time quebrado, sem ter o que roubar, seria mais viável forçar as mudanças acima. O maior problema desta ação é envolver os 13 milhões de torcedores do time. Afinal, o coletivo não passa de uma infinidade de grupos com diferentes interesses.

(3) Usar a violência. Depredar os bens dos dirigentes, dar-lhes surras na rua e assustar seus familiares até que façam as mudanças estatutárias necessárias. Além da eficiência duvidosa, esta via é ilegal.

(4) Ficar sócio do clube social, tornar-se um conselheiro e tentar fazer alguma coisa lá dentro. Esta via é impossível. O clube se divide em tantas facções mal intencionadas que nosso corajoso e ingênuo torcedor ficaria falando sozinho. Alguns destes mal intencionados fazem campanha por esta linha de ação, mas o que buscam são eleitores para sua facção ganhar espaço e eles, e não as outras facções, se locupletarem ainda mais.

(5) Ficar sonhando que algo vai mudar, acusar os torcedores que apontam os erros do clube de traidores e viver do passado gritando "aqui é Palmeiras" (seja lá o que isso signifique). Enquanto isso fingir que a mídia persegue o time, que os juízes só prejudicam o Palmeiras e buscar satisfação nos eventuais problemas e insucessos dos adversários. Além de não resolver o problema, esta via transforma o torcedor num ser ridículo.

Até que apareça uma melhor opção, sigo com a primeira.