19 de dezembro de 2010

Curtas ultrapassando o limite do ridículo

Não poderia ser mais patética esta lengalenga sobre a eventual unificação dos títulos nacionais conquistados via Taça Brasil, Robertão e Campeonato Brasileiro. Basta acessar qualquer jornal da época para ver que ninguém deixava de reconhecer os vencedores da Taça Brasil e do Robertão como os legítimos campeões nacionais. Tanto que os dois primeiros colocados eram automaticamente apontados como os representantes do país na Libertadores. Tratam-se apenas de torneios com nomes diferentes que representavam a mesma coisa: a conquista da mais alta posição no futebol nacional naquele respectivo ano.
Unificar para que? Isso vai mudar o que? Será que precisa um bosta como Ricardo Teixeira dá o seu aval de merda para reconhecer que o Santos de Pelé foi o melhor time do Brasil na sua época? Ou que a academia comandada pelo Divino se cobriu de glórias nos anos sessenta? Ou carimbar um selo de qualidade no Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes? Que palhaçada é essa?

E tem até dirigente do Santos querendo celebrar o tal reconhecimento como se tivesse ganhado o título novamente. Lembra a igualmente ridícula pretensão dos dirigentes alviverdes em querer requentar o título da Copa Rio de 1951. E o cartola do São Paulo reclamando desta inócua unificação? Pois esse não é o mesmo caso do Mundial Interclube antes e depois da FIFA abrir os olhos para o evento como fonte de renda? Esta palhaçada de unificação é ignorar a história. É querer criar factóides para tentar favorecer-se politicamente. O pior é ver a manada de ignorantes que os seguem.

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Volta e meia lemos, vemos ou ouvimos comentaristas esportivos criticando, corretamente, a efemeridade dos técnicos à frente dos clubes de futebol no Brasil. Mas será que eles falam de caso pensado ou apenas dizem isso por dizer. Fico com a segunda opção. A prova disso tive neste último Mundial Interclubes. Durante a derrota do Internacional os comentaristas só falavam que Celso Roth não iria ficar, dando como certa a sua queda. Bastava o técnico aparecer no vídeo para ouvirmos os "não há mais clima" e "está encerrando a sua passagem". Nem o espanhol Rafa Benitez da campeã Internazionale escapava dos comentários negativos dos comentaristas brasileiros. Eles gostam mesmo é de bagunça, igual as idéias que habitam suas mentes.

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E a expressão "reconhecer o seu valor" quando se trata de um jogador de futebol? O empresário do Danilo "Cuspe" repetiu a batida frase pedindo para o clube facilitar a sua saída. Deixa ver se eu entendi: um clube investe num jogador e paga o seu salário, aí o jogador se valoriza no mercado e o empresário quer que o clube facilite a sua saída fazendo uma pedida financeira menor? Mas isso não é justamente o contrário de reconhecer o valor de algo? Este povo tem cada uma...