Neste arrastado final de ano o Palestra tem sido palco de um festival de cenas lamentáveis. Pelos menos três destes tristes momentos precisam ser citados:
Começo pela reunião entre dirigentes e jogadores, seguida de uma entrevista coletiva apenas com os primeiros. Raramente tenho assistido tamanha tentativa de um grupo em eximir-se de suas culpas. Entendam o cenário montado: os dirigentes chamam os jogadores e os obrigam a ficar quieto enquanto lhes passam um esculacho. Depois se reúnem com a imprensa para noticiar aos quatro ventos que não aceitaram que os jogadores tivessem perdido o jogo contra o Goiás chamando-os, entre outras coisas, de alienados e pipoqueiros. O que queriam dizer era o seguinte: "Nós fizemos tudo certo mas estas merdas de jogadores perderam o jogo".
Fizeram tudo certo? O time teve quatro treinadores ao longo do ano (Muricy, Zago, Parraga e Felipão), foram feitas 20 contratações sendo a maioria ridícula (apenas como exemplo mais aberrantes cito Paulo Henrique, Bruno Paulo, Ivo e Dinei), propiciam um verdadeiro festival de negociatas e favorecimentos na cara de todos, endividam o clube escancaradamente, com direito a contratações milionárias, enquanto deixam de cumprir o básico pagamento de seus funcionários, e acham que não tem responsabilidade por nada?
Agora imaginem os jogadores que testemunham as falcatruas dos dirigentes, que não recebem seus vencimentos e ainda vêem estes mesmos dirigentes lhes imputarem toda a culpa do fracasso. Vocês acham que depois disso eles vão se "identificar com as glórias do Palmeiras" com alegam querer os dirigentes. Isso é ridículo demais. Isso extrapola qualquer conceito racional e envereda pela mais atroz estupidez e falta de caráter.
Outra cena, esta repetida ad infinitum com estes dirigentes, é a absoluta falta de planejamento. O que estão esperando para dar férias aos jogadores? Era para pelo menos metade do elenco principal já estar de férias desde ontem. E o resto já na próxima segunda-feira. Mas pelo discurso dos dirigentes eles ainda estão pensando e todo o elenco deve ter férias "depois do jogo contra o Cruzeiro". Ou seja, vão ter férias quando oficialmente terminar a temporada no Brasil. Falta iniciativa, falta inteligência, falta planejamento, falta vergonha, falta tudo.
Finalmente, tivemos o evento de premiação do "frutinha". Explico. Ao final do jogo contra o Goiás a televisão pegou uma criança chorando com a derrota. Ao invés dos familiares do chorão explicarem que é ridículo chorar por um time de futebol e muito menos pelo receio de que os coleguinhas torcedores de outros clubes iriam gozar da cara dele na escola, ao invés de aproveitar a oportunidade para ensiná-lo a ser homem, seus familiares ficaram dependurados no celular e dando tchauzinho para as câmeras. Mas o que fazem os dirigentes diante desta cena ridícula? Decidem premiar o candidatinho a boiola em uma visita ao clube. Isso tem a cara exata do grupelho de RP e de Belluzzóquio, este já um boiola formado e diplomado. Assim o torcedor modelo para esta turma já está definido: marica e perdedor.