16 de agosto de 2010

Assim caminham as divisões de base...

Como já sabemos historicamente as divisões de base do Palmeiras não estão necessariamente voltadas para a revelação de jogadores, mas sim prioritariamente usadas para falcatruas. Daí o paupérrimo desempenho em contribuir para o time principal e/ou gerar receita com a venda de pratas-da-casa.

Mais recentemente também começaram a usar as bases politicamente. Basta observar o alarde midiático dos últimos dois anos em contraste com a realidade. Se por um lado é comum ouvir dirigentes, a mídia e até torcedores enaltecendo o suposto trabalho nas bases, por outro constatamos que não houve no período uma só contribuição efetiva ao elenco principal e nenhuma receita arrecadada com a venda de alguma revelação. Parece que quanto mais falam, menos produzem. O processo de propaganda é simplório mas eficiente junto a massa ignóbil: os dirigentes, cheios de más intenções e assistidos pelos merdinhas de relações com a imprensa, alardeiam exaustivamente a subida de jogadores das bases ao elenco principal, dizendo ser o resultado de um "profundo trabalho". A imprensa esportiva, desprovida de cérebro, simplesmente repete o que ouve sem nenhuma análise e julgamento sobre o anunciado. E os torcedores mais afoitos, também conhecidos como torcedores-hienas por serem burros, comerem merda e rirem aos baldes, saem repetindo a lorota e ainda exigem os pobres garotos no time principal.

Um importante componente deste processo de desinformação é a Copa São Paulo, vulga Copinha, disputada em janeiro de cada ano. Com o futebol principal ainda em recesso, o evento ganha grande cobertura. Vencê-lo virou sinônimo de futuros craques no time de cima, mesmo que isso não seja verdade como já foi demonstrado pelo vice-campeonato do Atlético-PR em 2009, ou o campeão Figueirense em 2008, ou ainda os finalistas América-SP e Comercial-SP em 2006. Mas, novamente, fatos não importam. A mídia esportiva está mais preocupada em ter algo para vender neste período de férias dos times principais. Os dirigentes palestrinos não ficam atrás e também parasitam o evento. Haja visto o barulho que fizeram quando o time chegou às semifinais da Copinha neste ano, "feito" aliás também "conquistado" pelo Juventude-RS cujo time principal está hoje na eminência de cair para a Série D do futebol nacional. Pois é.

Como o Palmeiras nunca conquistou a Copinha, uma eventual vitória seria a glória para os dirigentes e uma (falsa) prova do "grande trabalho nas bases". Por isso, mudaram a estratégia no tratamento da categoria sub-20. Funciona assim:

  • Disputam o campeonato paulista sub-20 apenas com os jogadores que no ano seguinte terão idade para jogar a Copinha. Ou seja, utilizam apenas atletas que completam 18 anos no presente ano e, conseqüentemente, estarão completando19 anos no ano que a Copinha será disputada. Assim buscam entrar na disputa com uma equipe mais entrosada.
  • Ainda visando a Copinha, esse grupo de jogadores acima é reforçado com uma série de contratações de jogadores por empréstimo. Isso também é bom para os times que emprestam o jogador, já que o Palmeiras é muito mais visado para as transmissões das partidas e, assim, têm a chance de valorizar seus passes. Isso explica por que seis dos integrantes do atual time titular sub-20 são emprestados por outras equipes. São eles: Fabrício (emprestado pelo Paulínia-SP), Vitor Salmaso (Grêmio Prudente-SP), Cléber (VX de Jaú-SP), Lucas (São Carlos-SP), Guilherme Silva (Paulínia-SP) e Caio Mancha (Bandeirante-SP).
  • Todos os demais jogadores que no presente ano completam 19 e 20 anos, a maior parte do contingente em idade sub-20, são empurrados para o famigerado time B, onde disputam a chance de jogar com jogares já com a idade estourada e outras negociatas tão típicas deste esquemão que é o Palmeiras B.

O objetivo é ganhar a Copinha e poder arrotar nas disputas políticas. Se revelar algum jogador no caminho, ótimo. Mas se não revelar ninguém também não tem importância. O que conta é levar alguma vantagem. E assim caminham as divisões de bases no Palmeiras, onde o único interesse está em locupletar-se ou capitalizar politicamente.