O decadente goleiro Marcos voltou a falar em aposentar-se ao final do ano e isso "se tiver paciência" de agüentar até lá. Oras, paciência tem tido a torcida com ele desde 2004 quando ele entrou numa espiral de contusões e más atuações que perduram até hoje. Além disso, Marcos nunca madureceu apesar do passar dos anos. Suas declarações destemperadas e bobocas, e sua liderança na formação das perniciosas igrejinhas dentro do elenco há tempos chamam mais atenção que suas atuações em campo. Tudo isso sempre foi absorvido com complacência pelos torcedores dado o passado do jogador. De fato de 1999 a 2003 Marcos foi um excelente goleiro, tendo também uma grande atuação na Copa do Mundo de 2002. Sem dúvida era um dos expoentes do time apesar de falhas como aquela no mundial em Tóquio. Nem os poucos títulos como titular no Palmeiras (apenas três: Libertadores 1999, Copa Rio-SP 2000 e Paulista 2008) diminuiram a idolatria da torcida por seu goleiro.
Mas tudo isso já faz parte do passado e fica a pergunta: por que Marcos ainda suscita tanta complacência apesar de há seis anos não ser mais do que um jogador comum em campo? Será por causa do seu comportamento bonachão e de torcedor em campo? Creio que não. Ser brincalhão e contar histórias engraçadas pode ser importante para um palhaço, mas não faz diferença em um jogador de futebol. Boa praça? Também acho que não, visto que nenhum real "boa praça" tenta execrar seus companheiros de trabalho em publico. Marcos faz isso por egoísmo e seu bom-mocismo sempre soou como auto-promoção, e bem da chinfrim. Torcedor em campo? Deus me livre! Quero que o meu time jogue com profissionais sérios e competentes. "Torcedor em campo" só faz bobagens como o papelão que Marcos protagonizou na goleada sofrida contra o Vitória-BA em pleno Palestra pela Copa do Brasil em 2003. Por conta desta história de "torcedor" até a reprovação médica de uma frustrada transferência para o Arsenal-ING transformou-se no mito de uma recusa de dinheiro por suposto amor ao clube. Pura lenda.
Nada disso de bom-moço e "torcedor". A idolatria por Marcos tem resposta no puro saudosismo e num crescente complexo de inferioridade que assola boa parte da torcida. Marcos é o único remanescente da era Parmalat, entrou no time justamente no seu ponto alto, na conquista do torneio intercontinental. Com a saída da multinacional o Palmeiras voltou ao fundo do poço dragado por seus inescrupulosos dirigentes. Impotente contra os abutres que destroem seu time, parte da torcida busca apegar-se ao que pode na sua paixão, e Marcos funciona como reminiscência de um passado mais glorioso. Mas há muito Marcos deixou de ser expoente para tornar-se um câncer. E um câncer bem caro já que é o maior salário do clube: R$250 mil/mês que com encargos deve ultrapassar R$4.5 milhões por ano.
Paciência tem limite e Marcos já esgotou a da torcida. Sua decadência física, acelerada pelo fumo inveterado e gosto pela bebida, ruiu suas qualidades técnicas. Hoje sobrevive apenas desta reminiscência que aplaca um doentio complexo de inferioridade das massas mais ignorantes, e por alimentar a estupidez da maioria dos jornalistas e comentaristas esportivos. Já passou o tempo de se aposentar, que vá embora e deixe de ser um câncer no time. Bom seria se a ele se juntassem dirigentes e conselheiros, mas isso já seria sonhar demais.