Nas ultimas três temporadas o Muda Palmeiras contratou 56 jogadores dentro de um modelo econômico, e com tamanha má qualidade, que deixou as finanças do clube na míngua. Fingindo não ter nada haver com isso, Belluzzóquio foi forçado a mudar de estratégia este ano e repetiu um chavão que a mídia utilizara para as contratações do São Paulo no ano passado: "contratações cirúrgicas" repetiu várias vezes o dito cartola. Realmente não entendo esta expressão. Sei que visa expressar que se contrataram as peças mínimas necessárias para as posições mais carentes. Mas todas as contratações não deveriam ser assim? Deveriam, mas isso não "movimenta o mercado" para satisfazer todos os dirigentes e empresários da bola.
Mas voltando ao Palmeiras, Belluzzóquio demonstrou ser um cirurgião bem mequetrefe. Todos sabem que os maiores problemas do elenco estavam, e ainda estão, no ataque e criação, principalmente com jogadores canhotos. Não que os outros setores estejam muito bem, mas aquelas eram as prioridades. Mas os quatro jogadores contratados até agora foram para a defesa e cabeça-de-área. É fato que dois destes, Léo e Márcio Araújo, enriqueceram o elenco. Mas foi como operar o pé de um paciente com tumor no cérebro. Para piorar a situação, Vagner Love, único atacante qualificado do time, pediu as contas. Certamente novas contratações serão feitas, mas já passada a pré-temporada e com o campeonato em andamento.
Assim, mais uma vez, Belluzzóquio comprovou desconhecer os conceitos mais básicos de planejamento. O que não é de se estranhar vindo de alguém incapaz de administrar um carrinho de pipoca. Nem choramingo sobre a desclassificação para a Libertadores justifica este amadorístico improviso com o qual as coisas do futebol no Palmeiras são tocadas, visto que plano de contingência existe para isso mesmo. Mas no carrinho de pipoca de Belluzzóquio falta milho.