12 de outubro de 2009

Pontos corridos ou mata-mata?

A Rede Globo insiste junto ao Clube dos 13 na volta do sistema de mata-mata para o campeonato brasileiro. Alega que o sistema anterior ao atuar de pontos corridos propiciava uma maior audiência. Não é fácil comparar a audiência atual do campeonato brasileiro com a de 2002, último ano da disputa de mata-mata. Isso porque há outros fatores cambiantes entre os dois períodos. A começar pela qualidade do futebol e número de bons jogadores atuando no país. A imigração dos bons valores só cresceu neste intervalo de tempo, a crise financeira resultante das más administrações só agravou-se e a qualidade do futebol minguou. Outro fator foi o crescimento do PPV. É natural que todo assinante, que já somam mais de um milhão, tenham todos vindo da TV aberta. A captura e transmissão de imagens pela internet também tendem a roubar audiência antes cativa da TV. Até a crescente exploração dos excelentes campeonatos europeus ajudam a satura as opções de jogos e acabam por afetar a audiência dos fracos jogos nacionais. Não sei como a Rede Globo fez para compor todos estes fatores e concluir que o sistema de pontos corridos afetou negativamente a sua audiência. Creio ser impossível fazer este cálculo.
De qualquer forma a discussão está aí. E a Globo já seduziu os clubes com a promessa de mais dinheiro. Mas a CBF também quer o seu quinhão e o futuro é incerto.

Mas qual o melhor sistema? Para mim não há dúvidas que o turno-returno com pontos corridos é o formato ideal para apurar os melhores times de uma competição. É difícil encontrar argumentos que contradigam isto. Por outro lado as principais competições do mundo, i.e. Copa do Mundo, Copa dos Campeões da UEFA e Libertadores da América são disputadas no sistema de torneio, ou seja, mata-mata. E nem por isso seus campeões são desmerecidos. Mas dadas as questões geográficas inerentes a estas competições não seria possível outro formato de competição. O campeonato nacional não apresenta estas limitações e, por isso, sou totalmente favorável a manutenção do atual formato.

Ao invés de buscar requentar antigos formatos de disputa, as TVs e dirigentes de clubes deveriam estar mais preocupados em melhorar o calendário, construir arenas decentes e administrar melhorar suas finanças (leia-se também parar de roubar). Assim poderiam revelar e reter melhores jogadores, melhorar o espetáculo e angariar mais torcedores nos estádio e diante da tela da TV.
As TVs poderia fazer sua parte melhorando a qualidade das transmissões (ver http://quixoteverde.blogspot.com/2008/08/as-mazelas-nas-transmisses-de-futebol.html) e aumentado a chance dos clubes faturarem mais com seus patrocínios parando de afastar as câmeras da logomarca dos mesmos.