18 de setembro de 2009

Os times que tinham obrigação de irem sempre bem

Acredito que um grupo de cinco times teria a obrigação de desempenhar-se melhor que os demais clubes brasileiros. Explico. Tratam-se dos times de maior torcida e, portanto, de maior potencial econômico, fator preponderante em qualquer esporte profissional. Estes times são os seguintes conforme pesquisa da Datafolha publicada no ano passado (o número representa o percentual da torcida nacional junto à população maior de 16 anos):

1) Flamengo 17%
2) Corinthians 12%
3) São Paulo 8%
4) Palmeiras 6%
5) Vasco 6%

A partir daí o percentual da torcida cai dois pontos (Grêmio 4%) e, portanto, aí fiz um corte. Vale à pena notar que os cinco times estão no eixo Rio-São Paulo, onde se concentra a renda nacional. De fato, ambas as cidades, e seus arredores, ultrapassam 22% do PIB nacional, com São Paulo responsável por dois terços deste total. Esta teoria, que o maior potencial de poder econômico deve gerar maior competitividade, encontra certo respaldo na prática, visto que os times acima concentram o maior número de títulos nacionais contados a partir de 1971 quando teve início o Campeonato Nacional:

Flamengo: 6 títulos
São Paulo: 6 títulos
Corinthians: 4 títulos
Palmeiras: 4 títulos
Vasco: 4 títulos

Juntos somam 24 títulos, ou 62% do total de campeonatos nacionais disputados até hoje. O destaque vai para Internacional e Grêmio com três e dois títulos respectivamente. Apesar de suas menores torcidas, e de Porto Alegre concentrar apenas 1% PIB nacional, ambas as equipes inclusive já chegam a um título mundial. Fato talvez explicado pela maior concentração de descendentes europeus naquela região, resultando em relativa maior capacidade administrativa e superioridade ontológica via maior equilíbrio entre as quatro castas.
Mas o mais curioso é observar que mesmo estas cinco equipes de maior torcida vivem afundadas em dívidas e nem sempre refletem seu maior potencial competitivo, haja visto os longos períodos de estiagem em títulos que Corinthians e Palmeiras já passaram. Ou mesmo a penúria, em todos os sentidos, pela qual passa o futebol carioca. Na verdade isso não tem nada de curioso, visto que a explicação é óbvia e simples. Estupidez e corrupção. Quase a totalidade dos dirigentes de futebol é estúpida e corrupta até suas entranhas. Administram mal e roubam seus times descaradamente. É tudo um grande esquema que começa pela CBF e decanta para as federações, clubes e empresários. Todos mancomunados em lesar o aparvalhado torcedor. Chega ao cúmulo de vermos CBF e federações milionárias, dirigentes e empresários ricos e os clubes falidos. Poderia ser mais óbvio do que disso? E que ninguém venha com a tolice de que o futebol brasileiro é pobre mesmo. Para aqueles que ainda dão ouvidos a esta idiotice sugiro a releitura da seguinte postagem http://quixoteverde.blogspot.com/2008/09/biaxo-pib-per-capita-brasileiro-no.html.

Neste mar de sujeira, fico imaginando o que poderia ser o Palmeiras caso tivéssemos uma administração honesta e eficaz. Porém a realidade nos dá os Mustafás, Belluzzóquios e outros excrementos que saem do ânus conhecido como Conselho Administrativo. Mazelas de um país onde predominam os interesses da quarta casta e onde imperam o "dinheirismo", a preguiça e a inveja.