Pelos motivos errados voltou à baila a boa discussão sobre alinhar nosso calendário futebolístico com o da UEFA, passando do calendário atual (meados Janeiro – meados de Dezembro) para o período de Julho à Maio. Apelando ao seu usual populismo, o Bolo Fecal, também conhecido por Lula, alega que com tal alteração "não perderíamos jogadores para fora". Paralelamente, o truculento esquerdista ainda ameaça cercear os direitos dos jogadores de buscarem o melhor para si. Desconsiderando o absurdo ataque as liberdades individuais, a mudança do calendário apenas evitaria a maior movimentação de jogadores no meio do campeonato. Porém muitas outras vantagens poderiam advir de um novo calendário futebolístico. Conforme já escrevi em outra oportunidade, o ideal seria que a Conmebol também alinhasse seu calendário e, assim, constituir praticamente um único calendário mundial. O que o se ganharia com isso?
- Os times sul-americanos deixariam de sofrer com as paralisações de campeonatos ou desfalques das equipes por conta da Copa do Mundo, Copa América e Copa das Confederações que coincidiriam com o período de recesso.
- Permitiria disputar a Copa Libertadores ao longo de todo um ano, e não comprimida no primeiro semestre. Dando chance para os times disputar duas competições simultaneamente sem prejuízo técnico. Aproveitaria para excluir os times mexicanos desta competição, pois a distância provocam desgaste desnecessários nos times do sul do continente.
- Também a Copa Sul-Americana poderia ser disputada ao longo do ano-calendário, valorizando esta competição com mudanças nos critérios de classificação (menos times classificados e correlação com a Libertadores nos moldes dos campeonatos da UEFA).
- Aproveitaria para eliminar os campeonatos regionais no modelo atual. Assim os campeonatos da Série A e B seriam disputados ao longo de todo o ano. Ao passo que os regionais (sem os times das Séries A e B) seriam disputados também ao longo do ano, mas em tempo dos campeões (e vices dos estados mais representados nas Séries A e B) fazerem um torneio eliminatório (nova Série C) para apontar os que a cada ano sobem para Série B. Isso permitiria a todos os times permanecerem em atividade todo o tempo. Também introduziria tempo para uma preparação efetiva das equipes no início da temporada, com direito a participação de torneios preparatórios (e potencialmente rentáveis) aqui e/ou no exterior.
- A Copa do Brasil seria disputada pelos integrantes das Séries A e B, e os campeões (e vices) que disputaram o torneio eliminatório (Série C) no ano anterior. O torneio também seria disputado ao longo do ano, e não concentrado em poucos meses.
- Os campeonatos e torneios nos moldes acima teriam o potencial de render mais recursos de bilheteria e direitos de transmissão (ao vivo e pay-per-view) aos clubes.
- E, repetindo, a principal janela de transferência ocorreria no início da temporada, deixando de desfigurar os times no meio das competições.
No ano passado a CBF já havia falado sobre uma possível mudança no calendário para 2010. O tema morreu e volta agora pela boca do Bolo Fecal. Mas mudar apenas a data do recesso é pouco. O maior problema de alcançar os benefícios acima é acabar com os regionais nos atuais moldes. Afinal eles são a fonte de renda das corruptas federações, que por sua vez elegem os mandatários da, não menos corrupta, CBF.
Em todo este episódio, também chama atenção a falta do que fazer do Bolo Fecal. Será que ver o seu time vender três jogadores é mais relevante que os 50 mil assassinatos por ano que temos no Brasil, do que o sistemático entreguismo do país aos seus sócios do Foro de São Paulo, do que a sistemática intencional perda do equilíbrio entre os três poderes, do que a deterioração da ética, do que o desastre na educação e por aí vai?