13 de janeiro de 2009

Alguém explica a mudança de concepção tática de Luxemburgo?

Até começo de Novembro do ano passado Luxemburgo falava que o futebol sul-americano precisava evoluir e jogar como o europeu, escalando até três atacantes e dois meias. Hoje lá jogasse ofensivamente e todos colaboram na marcação, e é isso que vemos pela televisão todo fim-de-semana no campeonato inglês ou espanhol. Foi também ofensiva a armação usada pela maioria dos times no último campeonato europeu de seleções. De fato, o Palmeiras de Luxemburgo foi campeão paulista jogando com dois atacantes (Kleber e Alex Mineiro) e três meias (Valdivia, Diego Souza e Léo Lima), sendo que Elder Granja e Leandro ainda subiam bem ao ataque. O time vinha em um crescente, jogava bonito e com eficácia. E o técnico ainda cobrava as divisões de base para jogar da mesma forma ofensiva e, em sua concepção de então, moderna.

Mas algo aconteceu. Luxemburgo abandonou totalmente seu pensamento anterior e resolveu armar o time com três zagueiros e dois volantes de contenção. Exatamente o oposto da vitoriosa formação anterior. Foi assim nos desastrosos últimos jogos da Série A quando o time quase perdeu a classificação para a Libertadores. E agora ele ensaia vir com a mesma formação defensiva este ano. Não dá para saber o que se passa na cabeça do técnico para tão desastrosa mudança de tática.

Talvez ele esteja encantado com Muricy Ramalho e queira copiá-lo. Mas Muricy não apenas tem três zagueiros com qualidade para sair jogando, como, principalmente, joga com volantes com força ofensiva (Hernandes, Jean ou Richarlyson, e agora Arouca) e até meias nas laterais (Jorge Wagner, antes, Souza e agora contratou os ofensivos Vagner Diniz e Julio Cesar). Nenhum dos atuais zagueiros do Palmeiras é forte na saída de jogo (exceção seria David), Pierre é ótima atrás mas nulo no ataque (igual ao cobiçado Edinho), e a dupla Jumar-Sandro Silva demasiadamente limitada para atacar e até mesmo defender.

Algo muito estranho está acontecendo. As atitudes provocativas de Luxemburgo se acumulam: priorizar atividades pessoais em detrimento de treinamentos, briga com torcida, pousar de comentarista esportivo em jogo do seu próprio time, péssimo planejamento no início do ano, mudança inexplicável de concepção de jogo, e agora uma inusitada passividade diante do atraso das contratações. Fico cá com meus botões pensando se ele não gostaria de ser mandado embora e embolsar a (dizem) polpuda multa contratual. E do outro lado, os dirigentes assistiriam tudo calado por não ter dinheiro para pagar tal multa. Espero que este não seja o caso, pois o contrato do técnico vai até o final do ano... muito tempo para ter uma comissão técnica atuando contra o próprio time.