Vejam a frase proferida por Toninho Cecílio quando perguntado sobre os efeitos da crise mundial sobre o Palmeiras: "Num médio prazo, esperamos uma diminuição nas receitas do clube causada por essa crise. Principalmente na venda de ingressos e de camisas. Acredito que as pessoas vão segurar e não ir tanto aos jogos, nem comprar produtos do clube. No que se refere a contratações, teremos de ter cautela, pois certamente o mercado do futebol vai sentir os efeitos dessa crise."
Ou o pateta remunerado não sabe fazer conta ou já está criando situação para aumentar a entrega do elenco para a Traffic.
Em 2007 o Palmeiras teve receita total de R$ 65.1 milhões. Apenas nas renovações de contrato com a Globo (direitos de transmissão da Série A) e Adidas (material esportivo) a receita do Palmeiras vai aumentar em aproximadamente R$ 19 milhões. Falta ainda a renovação com Fiat, que deve também aumentar a receita de patrocínio, e a disputa da Libertadores também trará um novo aumento de arrecadação. As receitas de artigos com a marca do clube e de ingressos ainda são baixas (não mais de 15% em 2007). Por mais que haja crise elas deveriam aumentar e não diminuir, pois a muita coisa que fazer nestas duas áreas ainda. Mas mesmo que caíssem, os aumentos citados acima mais que cobririam esta eventual redução.
Toninho deveria estar preocupado é com a perda de recita relacionada à venda de jogadores. Sem nenhuma promessa eminente nas bases e com o elenco entregue para a Traffic, esta fonte tende a gerar poucos recursos no próximo ano. Senão vejamos: quem são os jogadores entre os 28 jogadores do atual elenco principal que podem gerar uma grande receita?
Dos jogadores de Traffic apenas Diego Souza poderia gerar algo mais significativo, porém seu preço de base já foi alto (€ 4 milhões) e a diferença dos preços de compra e venda (sobre a qual o Palmeiras teria direito a 20%) tende a não ser significativa. Os demais jogadores da Traffic do elenco principal são pouco atrativos (i.e. Gustavo, Jefferson, Sandro Silva, Jumar, Maicosuel e Lenny). Os emprestados também não vão gerar receita: Gladstone, Leandro, Evandro, Klébe e Thiago Cunha. Os mais experientes também não: Marcos, Alex Mineiro, Denílson e Roque Junior.
Sobram 12 jogadores:
Martinez: apenas 25% dos seus direitos são do Palmeiras e tem contrato acabando em janeiro próximo
Léo Lima e Élder Granja: com algum valor mas antes precisam renovar contrato
Bruno Cardoso, Deyvid e Maurício: ainda sem visibilidade
Jeci, Deola, Fabinho Capixaba e Jorge Preá: valor tendendo a zero
Pierre e David: únicos com mais potencial de receita no atual elenco, mas Pierre está se recuperando e David escondido (além disso seu contrato termina agora em dezembro).
Do exército de emprestados e come-e-dorme já será lucro se conseguirem rescindir seus contratos, pois vendê-los é quase impossível. A única exceção pode ser Wendel, mas seu contrato também está terminando em dezembro.
É esta fonte de receita (venda de jogadores) que vai sofre. Mas menos pela crise e mais pela perda de direitos sobre o elenco e falta de revelação de jogadores.
Por isso Toninho e os outros dois patetas precisam é trabalhar e não chorar os possíveis impactos da crise mundial nas receitas do clube. Mas precisa trabalhar com inteligência... e aí é que a coisa complica!