Com mais um encontro Palmeiras – São Paulo se aproximando lembrei-me das infinitas discussões sobre jogar ou não no Palestra este clássico. Parte da imprensa e o adversário (é óbvio) argumentam que o Morumbi, por sua capacidade de público, é mais adequado para este jogo. Lembro até o goleiro ventríloquo da diretoria do São Paulo dizendo que o Palmeiras perdia dinheiro levando o segundo jogo das semi-finais do último Paulistão para o Palestra.
Nada mais equivocado! O primeiro encontro no Morumbi daquelas semi-finais rendeu ao São Paulo renda bruta de R$ 1.192 mil e líquida de R$ 929 mil. Já o jogo no Palestra deixou renda bruta de R$ 1.144 mil e líquida de R$ 894 mil para o Palmeiras. Houvesse jogado no Morumbi o Palmeiras teria ainda que pagar 12% da renda bruta ao São Paulo como aluguel de campo. Fica então claro o acerto dos dirigentes em trazer o jogo para o Palestra, tanto do ponto de vista competitivo como do financeiro também.
Outra curiosidade daqueles encontros foi que apesar das rendas serem virtualmente iguais o público foi bem diferente: 37 mil no Morumbi e 28 mil no Palestra. Isso se explica em função das diferentes proporções de vendas em arquibancada/cadeiras e inteira/meia-entrada. Dos 37 mil pagantes no Morumbi apenas 6 mil pagaram por cadeiras mais caras e 31 mil eram arquibancada. Já no Palestra 10 mil pagaram cadeiras e 17 mil arquibancadas. Portanto o mix de ingressos vendidos no Palestra era mais caro (os preços dos ingressos eram iguais). Outra grande diferença foi a proporção de meia-entrada: no Morumbi mais da metade dos 31 mil ingressos de arquibancada eram meia-entrada, ao passo que no Palestra apenas 25% das 17 mil entradas de arquibancada eram meia. Fato estranho, até porque mais da metade dos ingressos do setor Visa para aquele jogo foram vendidos como meia-entrada.
Tai uma lei estúpida esta de meia-entrada para estudantes e idosos. Além de estimular a corrupção e falsidade ideológica, esta lei encarece os ingressos, pois o preço da inteira é majorado para financiar a meia-entrada.