25 de setembro de 2008

Histórias que ninguém explica: Palmeiras Nordeste

Dentre os mistérios que envolvem a era negra de Mustafá houve uma parceria com um time da Bahia cujos resultados foram medíocres. Esta experiência nordestina do Palmeiras começou em 2001 quando o time fechou uma parceria com o Independente, clube do interior baiano. Naquele ano, a agremiação paulista tomou conta da equipe: "O Palmeiras não ajuda. Na verdade, ele dá tudo para a gente", dizia Hélio Rios, supervisor da equipe de Feira de Santana. O clube do Palestra Itália mandava para Bahia jogadores, fardamento e, principalmente, uma verba mensal para cobertura de todas as despesas geradas pelas competições das quais a “filial” participasse. Segundo declarações de Epitácio Ribeiro, o Pita, então presidente do Palmeiras Nordeste, para o Diário Lance, "no acordo inicial o Palmeiras enviaria para nós R$ 60.000,00. Em 2003 com argumento da queda para a série B, o valor caiu pela metade, R$ 30.000,00." Em contrapartida, o time baiano se comprometia a revelar atletas de qualidade técnica e encaminhá-los ao clube paulista

Profissionalizado no ano 2000 o Independente venceu seqüencialmente a 3ª e 2ª divisões e acendeu para disputar a divisão principal do futebol estadual já em 2002. Em novembro de 2001 o Independente passou a se chamar Palmeiras Nordeste. Apesar de toda a propaganda feita no início da parceria e do Palmeiras Nordeste chegar a Série C do futebol nacional e ser campeão baiano em 2002 (quando os principais times da Bahia disputavam o Torneio Norte-Nordeste), a verdade é que em pouco mais de três anos apenas três jogadores deste time vieram para o Palmeiras em São Paulo: Neilton, Robson e Tupã. Todos fracassaram totalmente. Apenas Tupã chegou a ganhar alguma notoriedade, mas não pelo futebol e sim por dar declarações aos jornais de ter reencontrado sua mão aqui em São Paulo. Triste história de uma iniciativa que cobriu o Palmeiras de ridículo.

A decadência esportiva do Palmeiras Nordeste iniciou-se em 2004 quando o Palmeiras encerrou sua parceria com o clube. Os baianos abandonaram o nome Palmeiras, mudaram de cidade sede e caíram de divisão no campeonato estadual.

Ao Palmeiras restou o ridículo e o custo desta aventura má administrada. As explicações dos dirigentes restringiram-se a desculpa de uma suposta briga entre os sócios, Pita e Cristiano Siqueira. Curiosamente este último é filho do conselheiro palmeirense Carlyle Siqueira. Mas um negócio em famiglia?

Como se pode ver, muita coisa nebulosa e sem os devidos esclarecimentos. Ocorrência comum no clube onde os dirigentes quase sempre administram apenas em beneficio próprio, desrespeitando os torcedores.