Em 2001 Seraphim Del Grande deu depoimento da CPI do Futebol questionando a criação do Palmeiras S/A. Segundo Seraphim, os membros do Conselho Deliberativo do Palmeiras muitas vezes tomavam conhecimento de assuntos importantíssimos pela imprensa, como no caso da criação da Palmeiras S/A, em 1998, que os conselheiros só vieram a ter ciência em 15/12/2000, quando divulgado por uma matéria na "Folha de São Paulo".
Essa sociedade era controlada pelo clube, porém tinha como sócios os então dirigentes do clube, com uma ação cada. Vários passes de jogadores foram transferidos para essa empresa, que ficaria com as receitas do clube.
Indagado sobre a Palmeiras S/A, o Sr. Seraphim, mesmo sendo membro do Conselho Deliberativo, declarou que pouco sabia sobre o assunto e que não tinha idéia da motivação que levou à criação da nova empresa e, tampouco, se seus dirigentes eram remunerados.
Aquela CPI recomendava aos associados do Palmeiras e aos membros do Conselho Deliberativo a seleção de uma empresa de auditoria, com o propósito de examinar não somente a contabilidade, mas para emitir juízo sobre todos os principais atos praticados na gestão do Sr. Mustafá Contursi, produzindo um documento a ser divulgado a todos os integrantes do Conselho Deliberativo.
Por que isso não foi feito naquela época? Por que isso não foi feito depois da derrubada do tirano Mustafá? Afinal do que se trata essa Palmeiras S/A, qual sua finalidade, por que realmente foi fundada?
Na Junta Comercial do Estado de São Paulo, onde consta a constituição da empresa Palmeiras Futebol S/A, encontra-se a ficha cadastral onde constavam como únicos sócios duas figuras conhecidas:
MUSTAFA CONTURSI GOFFAR MAJZOUB, nac. Brasileira, CPF 29.906.368-20, RG/RNE 2577585, - SP, residente na Rua Turiassu, 1840, Perdizes, São Paulo, SP, CEP 05005-000, ocupando o cargo de diretor.
AFFONSO DELLA MONICA NETTO, nac. Brasileira, CPF 608.424.158-15, RG/RNE 1906988, SP, residente na Rua Turiassu, 1840, Perdizes, São Paulo, SP, CEP 05005-000, ocupando o cargo de diretor.
Em Ata da Assembléia Geral Ordinária para Aprovação do Balanço Patrimonial e respectivas demonstrações financeiras do exercício social de 2004, realizada em 26/04/05, foi feita “apresentação, análise e votação de aprovação do Balanço Patrimonial, e Demonstrações Financeiras do exercício social findo em 31 de dezembro do ano de 2004, consoante os artigos 175 e seguintes da Lei nº 6.404/76, combinados com os artigos 9 e 18, alínea “a” do Estatuto Social da Palmeiras Futebol S/A. Assim, após estudos e debates sobre os objetos da ordem do dia, a Assembléia Geral, por deliberação unânime: aprovou o Balanço Patrimonial e as respectivas Demonstrações Financeiras do exercício social de 2.004, tornando-os aptos aos fins legais a que se destinam. Lavrada a ata, vejam quem assinam como sócios: Mustafá Contursi Goffar Majzoub, Affonso Della Mônica Netto, Luiz Augusto de Mello Belluzzo, José Cyrillo Júnior e Luiz Carlos Pagnota.
Observem os nomes envolvidos com a Palmeiras S/A. Quem é oposição e situação? Será que é por isso que ninguém explica o que aconteceu?
Ainda naquela CPI recomendava-se, também, à Secretaria da Receita Federal, que, em face dos indícios expostos naquele relatório, avaliasse a conveniência e a oportunidade de promover uma investigação da evolução do patrimônio pessoal dos dirigentes do Palmeiras, em confronto com os rendimentos declarados.
Tai uma grande idéia! Pena que nada aconteça.
Para CPI ver: Senado Federal – Relatório Final da Comissão Parlamentar de Inquérito (Volume IV) – Criada por meio do Requerimento nº 497, de 2000-SF, “destinada a investigar fatos envolvendo as associações brasileiras de futebol”.
Presidente: Senador ALVARO DIAS – Vice-Presidente: Senador GILBERTO MESTRINHO – Relator: Senador GERALDO ALTHOFF – Brasília 2001
Para dados Palmeiras S/A ver: NIRE 35300182332 ENV: 553023-4 PROT. 436.114/06-9