As declarações do Belluzzo sobre o fim da Cesta de Atletas concedida à Gazeta Esportiva esta semana não esclarecem sobre o retorno da iniciativa. Mas fiquei bastante satisfeito com o seu fim. A idéia de antecipar receita vendendo parte do valor do passe dos jogadores para investidores, que lucrariam no futuro com a venda dos atletas, nunca me pareceu interessante. Tratava-se de uma antecipação de receita com um grande desconto para o investidor considerando o baixo valor de base (sobre o qual o lucro a ser compartido seria calculado) fixado para os principais jogadores: Valdivia – R$12 milhões e Diego Cavalieri – R$3 milhões.
Minhas dúvidas aumentaram quando a CVM (Comissão Mobiliária de Valores) notificou que iria investigar a oferta e o clube suspendeu a venda de cotas. Em sua defesa o clube alegou que não era uma oferta pública, mas sim uma “ação de amigos para amigos”. Soava muito estranho.
Agora Belluzzo respondeu assim quando perguntado sobre o “gato” Cláudio que faz parte da Cesta: “É claro que esse problema influi para os investimentos nele. Mas ele tem um valor pequeno na Cesta, nada relevante. Vamos dar uma solução. Foi descoberto que ele é gato, mas isso não quer dizer que ele não pode ser negociado”, defendeu o dirigente, que teve também como problema a morte do atacante Alemão, em julho do ano passado – os investidores receberam uma quantia de seguro como compensação.
Isso sim que é negócio de amigo para amigo! A morte de Alemão foi acidental e deveria fazer parte do risco de um investimento. Mas não para os “amigos” que receberam uma compensação. Também revela uma possível explicação para o Palmeiras estender até meados de 2009 o contrato com um jogador que não atua há mais de um ano, foi pego como falsário e está suspenso até o começo do próximo ano. Qualquer clube teria encerrado o contrato com justa causa. Mas neste caso vão continuar a pagar os salários deste falsário para tentar vendê-lo lá no futuro e assim não prejudicar os “amigos”.
Finalmente Belluzzo afirmou: “Nosso projeto chave é a Arena, que vai dar um rendimento anual muito maior do que a Cesta pode dar sem comprometer os direitos federativos dos nossos jogadores”. Mas a idéia da Arena já existia quando foi criada a Cesta e, na época, ninguém dizia que esta iniciativa “comprometia os direitos federativos” dos atletas.
Como podemos ver é muita coisa mal explicada e nebulosa.
De resto fica a preocupação com a boa promessa David que faz parte da cesta e, pelo andar da carruagem, deve ser vendido na primeira oportunidade. Afinal, não se pode desapontar os “amigos”.