Os dirigentes do Palmeiras precisam otimizar as negociações envolvendo os atletas do clube. A dificuldade em vender os jogadores fora dos planos da comissão técnica já foi demonstrada na postagem “A incrível história dos 33 jogadores “encostados”” (ver 16/07/2008).
Analisemos agora as vendas efetivamente concretizadas ao longo dos últimos dois anos. Primeiro saibamos quais foram elas (os valores aqui expressos são os divulgados na mídia quando da negociação):
Ano 2007
Marcinho Guerreiro: Depois de ver frustrada sua transferência para o Olympique de Marseille no final do ano anterior, o jogador é liberado do restante do seu contrato para transferir-se ao Metalurg Donetsk da Ucrânia. O time recebe uma pequena indenização.
Diego Souza: Prata-da-casa que começou bem no time principal, mas depois caiu de produção. Depois de emprestado ao Kashima Reysol, foi vendido ao Verdy Tokyo por US$650 mil (R$1.5 milhões na época).
Michael: Meia-esquerda habilidoso, mas individualista que também joga como ala. Vinha crescendo de produção, fazendo a dupla de armação com Valdivia, quando foi negociado por US$4 milhões (R$8 milhões na época) com o Dínamo Kiev da Ucrânia. Hoje está emprestado ao Santos.
Lúcio: Lateral-esquerdo limitado estava emprestado ao Grêmio quando foi negociado com o Hertha Berlim por US$2 milhões (R$3.5 milhões na época). O Palmeiras ficou com 75% deste valor e o Grêmio com a diferença.
Ano 2008
Caio: Meia-direita que vinha crescendo de produção, mas ainda precisava demonstrar maior disciplina tática e jogo coletivo. Vendido ao Eintracht Frankfurt por €4 milhões (R$10 milhões). O Palmeiras fica com a metade deste valor já que dividia o atleta com o Grêmio Barueri.
Diego Cavalieri: Nosso excelente goleiro foi vendido ao Liverpool por £3 milhões (R$10 milhões). O Palmeiras ficou com 60% deste valor e o restante foi para parceiros.
Henrique: Melhor zagueiro do elenco vendido ao Barcelona por €10 milhões (R$26 milhões). O Palmeiras fica com R$4.1 milhões já que ele era jogador da Traffic.
Valdivia: O craque do time e ídolo da maioria da torcida foi vendido ao Al-Ain dos Emirados Árabes por €8 milhões (R$20 milhões). 25% deste valor deve ir aos investidores da Cesta de Atletas da qual Valdivia fazia parte.
Foram oito negociações neste período, todas para o exterior. Considero as vendas em si acertadas, com exceção das últimas três: Diego era o substituto de Marcos e Bruno ainda não foi suficientemente testado, Henrique jogou apenas 26 partidas pelo time, e Valdivia, dada sua importância para o time, não deveria sair no meio do campeonato.
Quanto aos valores julgo que não souberam otimizar o valor do Diego ao deixá-lo na reserva este ano. Se era para vendê-lo que o deixassem como titular para maximizar seu valor, quem sabe até com alguma convocação para a seleção. Também o valor referente a Valdivia foi demasiadamente baixo, basta compará-lo ao valor da transação acima do zagueiro Henrique ou as recentes vendas de Renato Augusto (€10 milhões) e Marcelo Moreno (€9 milhoes). O Palmeiras poderia conseguir um valor bem maior se o mantivesse até a metade do próximo ano. Valdivia seria seguramente valorizado com sua volta a seleção chilena e a potencial participação do time na próxima Libertadores.
Outra consideração é que com poucas vendas, e algumas com valor aquém do esperado, o valor total arrecadado é apenas cerca de R$42 milhões em praticamente dois anos. Muito pouco para ajudar a cobrir o custo da folha de compromissos do time, incluindo um elenco inchado (lembrem-se de que o time paga parte dos salários de vários atletas emprestados a outros clubes) e a comissão técnica mais cara do hemisfério sul. Restam poucos jogadores de alto valor no elenco com passe primordialmente pertencente ao Palmeiras e ainda não vemos nas divisões de bases a formação uma geração redentora. Com altas despesas e a importante fonte de recursos representada pela venda de jogadores secando, esperamos que os dirigentes tenham preparada uma estratégia para assegurar o caminho ao superávit financeiro simultaneamente com a construção de um time consistentemente competitivo. Caso contrário seguremos agindo como um time pequeno, que se desfaz rapidamente de seus principais valores para cobrir um déficit que nunca acaba.
Analisemos agora as vendas efetivamente concretizadas ao longo dos últimos dois anos. Primeiro saibamos quais foram elas (os valores aqui expressos são os divulgados na mídia quando da negociação):
Ano 2007
Marcinho Guerreiro: Depois de ver frustrada sua transferência para o Olympique de Marseille no final do ano anterior, o jogador é liberado do restante do seu contrato para transferir-se ao Metalurg Donetsk da Ucrânia. O time recebe uma pequena indenização.
Diego Souza: Prata-da-casa que começou bem no time principal, mas depois caiu de produção. Depois de emprestado ao Kashima Reysol, foi vendido ao Verdy Tokyo por US$650 mil (R$1.5 milhões na época).
Michael: Meia-esquerda habilidoso, mas individualista que também joga como ala. Vinha crescendo de produção, fazendo a dupla de armação com Valdivia, quando foi negociado por US$4 milhões (R$8 milhões na época) com o Dínamo Kiev da Ucrânia. Hoje está emprestado ao Santos.
Lúcio: Lateral-esquerdo limitado estava emprestado ao Grêmio quando foi negociado com o Hertha Berlim por US$2 milhões (R$3.5 milhões na época). O Palmeiras ficou com 75% deste valor e o Grêmio com a diferença.
Ano 2008
Caio: Meia-direita que vinha crescendo de produção, mas ainda precisava demonstrar maior disciplina tática e jogo coletivo. Vendido ao Eintracht Frankfurt por €4 milhões (R$10 milhões). O Palmeiras fica com a metade deste valor já que dividia o atleta com o Grêmio Barueri.
Diego Cavalieri: Nosso excelente goleiro foi vendido ao Liverpool por £3 milhões (R$10 milhões). O Palmeiras ficou com 60% deste valor e o restante foi para parceiros.
Henrique: Melhor zagueiro do elenco vendido ao Barcelona por €10 milhões (R$26 milhões). O Palmeiras fica com R$4.1 milhões já que ele era jogador da Traffic.
Valdivia: O craque do time e ídolo da maioria da torcida foi vendido ao Al-Ain dos Emirados Árabes por €8 milhões (R$20 milhões). 25% deste valor deve ir aos investidores da Cesta de Atletas da qual Valdivia fazia parte.
Foram oito negociações neste período, todas para o exterior. Considero as vendas em si acertadas, com exceção das últimas três: Diego era o substituto de Marcos e Bruno ainda não foi suficientemente testado, Henrique jogou apenas 26 partidas pelo time, e Valdivia, dada sua importância para o time, não deveria sair no meio do campeonato.
Quanto aos valores julgo que não souberam otimizar o valor do Diego ao deixá-lo na reserva este ano. Se era para vendê-lo que o deixassem como titular para maximizar seu valor, quem sabe até com alguma convocação para a seleção. Também o valor referente a Valdivia foi demasiadamente baixo, basta compará-lo ao valor da transação acima do zagueiro Henrique ou as recentes vendas de Renato Augusto (€10 milhões) e Marcelo Moreno (€9 milhoes). O Palmeiras poderia conseguir um valor bem maior se o mantivesse até a metade do próximo ano. Valdivia seria seguramente valorizado com sua volta a seleção chilena e a potencial participação do time na próxima Libertadores.
Outra consideração é que com poucas vendas, e algumas com valor aquém do esperado, o valor total arrecadado é apenas cerca de R$42 milhões em praticamente dois anos. Muito pouco para ajudar a cobrir o custo da folha de compromissos do time, incluindo um elenco inchado (lembrem-se de que o time paga parte dos salários de vários atletas emprestados a outros clubes) e a comissão técnica mais cara do hemisfério sul. Restam poucos jogadores de alto valor no elenco com passe primordialmente pertencente ao Palmeiras e ainda não vemos nas divisões de bases a formação uma geração redentora. Com altas despesas e a importante fonte de recursos representada pela venda de jogadores secando, esperamos que os dirigentes tenham preparada uma estratégia para assegurar o caminho ao superávit financeiro simultaneamente com a construção de um time consistentemente competitivo. Caso contrário seguremos agindo como um time pequeno, que se desfaz rapidamente de seus principais valores para cobrir um déficit que nunca acaba.