31 de dezembro de 2010

Feliz década passada!

E lá se vai uma das décadas mais tristes da história do Palmeiras. Depois dos anos 90 da Parmalat, a primeira década do novo milênio trouxe de volta o comando dos sócios-merdas (denominação simpática dos associados do clube social), e com eles a corrupção, estupidez e vocação de perdedor. É verdade que esta década ao menos teve um título paulista, melhor do que os anos 80 sem nenhum título sequer. Mas, por outro lado, houve a queda para a segunda divisão e o solitário título regional ainda deixa o time entre os piores dos grandes do futebol nacional. Senão vejamos:

Palmeiras (1 título regional)
São Paulo (3 títulos regionais, 3 nacionais e 2 internacionais)
Santos (3 títulos regionais e 2 nacionais)
Corinthians (2 títulos regionais e 3 nacionais)


Flamengo (5 títulos regionais e 2 nacionais)
Fluminense (2 títulos regionais e 2 nacionais)
Botafogo (2 títulos regionais)
Vasco da Gama (1 título regional)


Cruzeiro (7 títulos regionais e 2 nacionais)
Atlético (2 títulos nacionais)


Internacional (6 títulos regionais e 4 internacionais)
Grêmio (4 títulos regionais e 1 nacional)

Obs: Regional corresponde ao título estadual, nacional a Copa do Brasil e Série A, e internacional a Sulamericana, Libertadores e Mundial).

Somente o Vasco da Gama teve desempenho tão pífio quanto o Palmeiras.

Mas, por pior que tenha sido o desempenho em campo, o desastre mesmo aconteceu nas obscuras e fétidas alamedas do clube social. Nos primeiros anos desta década Mustafá e seus comparsas desviaram a pequena fortuna que a Parmalat deixara nos cofres do clube, e, nos últimos quatro anos Belluzzóquio e sua gangue geraram com seus negócios escusos uma dívida impagável (http://quixoteverde.blogspot.com/2010/04/incompetencia-ou-corrupcao.html). Os desastres não param por aí: (a) o futebol das bases contínua improdutivo, e acumularam-se embaraçosos episódios como os de Ilsinho, Elias, David, Taddei e Paulo Assunção entre outros; (b) 176 contratações no período fazendo a alegria de empresários e dirigentes; (c) sem contar as dezenas de contratados para o escandaloso time B; (d) incapacidade comercial que não soube tirar o melhor do bombástico crescimento dos investimentos no futebol nacional ocorrido nos últimos anos; (e) a torcida hoje está sem o seu estádio e insegura quanto a construção da Arena; (f) torcida esta que definha a cada ano, hoje não passa de 13 milhões de abnegados, e com proporção alarmantemente reduzida junto aos mais jovens. Fiquemos por aqui na lista dos horrores.

Por isso tudo as últimas semanas têm sido emblemáticas: dirigentes, comissão técnica e jogadores trocando acusações e farpas por intermédio da imprensa. A briga pelo poder e, conseqüentemente, a condição de se locupletar à custa do time e da torcida, conseguiu baixar ainda mais o nível. Os candidatos são medonhos, ligados a Mustafá ou Belluzzóquio, ou aventureiros que com descaramento indicar entregar o time aos empresários e as bases aos amigos bandoleiros.

Olhando para o futuro vemos um quadro de dirigentes medíocres que seguirá a saga de Sacomani, Mustafá e Belluzzóquio, um clube com uma dívida sem precedentes em sua história e um time sem estádio. Assim sendo, desejo feliz década passada aos leitores deste blog enquanto torcedores, pois a próxima promete ser ainda pior.