O estádio é fora de mão, o campo é ruim, o estacionamento é péssimo e agora até luz falta. Por que então o time prefere mandar seus jogos nesta Arena Barueri ao invés do tradicional e menos desconfortável Pacaembu? A resposta é simples: dinheiro. Basta comparar a renda líquida dos jogos contra o Avaí, no Pacaembu, e Ceará, em Barueri.
Avaí (Pacaembu)
Renda Bruta: R$208.850,00
Despesas: R$150.340,62
Renda Líquida: R$58.509,38
Ceará (Barueri)
Renda Bruta: R$186.628,00
Despesas: R$85.895,36
Renda Líquida: R$100.732,64
Ou seja, o custo de jogar no Pacaembu é quase o dobro que em Barueri, principalmente em função do custo de aluguel: 15% da renda bruta no Pacaembu contra apenas 2% em Barueri. Outros gastos com funcionários, fiscais e despesas gerais, sempre mais caros no Pacaembu, completam a diferença. Só os funcionários e fiscais ficaram com mais de R$42 mil no jogo contra o Avaí, com estes custos creio que os bilheteiros têm MBA em Harvard. Neste maior custo do Pacaembu não está incluído o prejuízo causado pelas inúmeras leis municipais que colocam gratuitamente uma média de quase 2 mil torcedores por jogo no Pacaembu. Bacana mesmo é a FPF levar 5% da renda bruta (independentemente do local do jogo) como propina da CBF para a manutenção de seus esquemas corruptos. Ou a Outplan que abiscoitou 7% das rendas brutas acima para fazer quase nada (é claro que neste percentual já está incluída a propina dos dirigentes do Palmeiras que a contrataram, não é mesmo Belluzzóquio?). Mas estas são outras histórias.
Voltando a questões das rendas, fato é que a torcida também não tem comparecido muito aos estádios. Desde o início do segundo turno da Série A as rendas líquidas dos jogos com mando do Palmeiras foram as seguintes:
Vasco da Gama (Pacaembu): R$227.369,38
São Paulo (Pacaembu): R$197.362,12
Internacional (Barueri): R$181.955,55
Avaí (Pacaembu): R$58.509,38
Ceará (Barueri): R$100.732,64
Sucre (Barueri): R$140.000,00 (estimado – jogo da Sulamericana)
Ou seja, nas últimas seis semanas o time mandou seis jogos em casa, com um público médio de 11.315 espectadores, e levou para casa apenas R$906 mil, ou seja, nem consegue cobrir o salário (sem encargos) do Felipão no período. Daí todo o desespero em tentar melhorar as rendas líquidas.