22 de janeiro de 2010

Esquema Traffic ou “investidores ligados aos dirigentes”? Nenhum dos dois.

O noticiário das recentes contratações de Danilo (em definitivo) Márcio Araújo e Edinho falam de "investidores ligados aos dirigentes do clube" financiando estas transações. Será o fim da Traffic? Não sei, pois é tudo muito nebuloso e suspeito. Mas qual modelo seria o melhor: a Traffic ou ter investidores diferentes em contratações pontuais, modelo alias usado por muitos clubes no nosso corrupto futebol (ver http://quixoteverde.blogspot.com/2008/10/lei-pel-no-pode-ser-desculpa-dos.html)? Vejamos primeiro a experiência com a Traffic:

As relações do Palmeiras com este investidor começaram em 2007 quando a gangue Muda Palmeiras tomou a posição da gangue rival de Mustafá no futebol. No primeiro ano a "parceira" trouxe apenas um inexpressivo jogador, o zagueiro Gustavo, já que precisavam antes reforçar o caixa. Para isso foi criada a Cesta de Atletas repassando por preço de banana uma participação nos passes dos principais jogadores do elenco, não demorou muito e os mais destacados deles (i.e. Valdivia, Cavalieri e Michael) foram vendidos para a realização do fácil lucro pela Traffic. Em 2008, a Traffic começou a trazer mais jogadores, mas a maioria não dependia de um investidor e mesmo entre aqueles que justificavam tal associação houve problemas. Repassemos a lista de atletas trazidos por eles, começando pelos jogadores que o clube não teria adquirido sozinho:

Diego Souza: foi o mais caro entre todos os jogadores e já está no clube há dois anos. Apesar dos altos e baixos apresentados em seu desempenho é hoje o principal jogador do time.

Keirrison e Henrique: estas revelações do Coritiba ficaram pouco mais de quatro meses no time e já foram repassadas para clubes europeus, sendo o Palmeiras apenas uma curta e mambembe ponte.

Os três jogadores acima eram caros e inviáveis para o Palmeiras. Mas destes três podemos dizer que apenas um jogou efetivamente no clube. Vejamos os outros atletas contratados via Traffic:

Willians e Marquinho: ambos eram revelações da Série A mas não foram contratados, e sim emprestados ao Palmeiras que pagou por isso ao Vitória-BA. Infelizmente nenhum deles desempenhou bem. Willians já saiu e Marquinhos, cujo empréstimo vai até meados deste ano, nem no banco tem ficado.

Cleiton Xavier: o volante/meia apresentou-se bem e é importante para o time. Porém nunca justificaria o uso de um investidor já que o Internacional-RS não renovou seu contratado após o empréstimo ao Figueirense-SC. A Traffic não pagou nada por ele, fazendo da transação por Cleiton Xavier um dos maiores golpes aplicados pelo esquema Traffic até agora.

Paulo Miranda e Moacir: jovens jogadores que a Traffic colocou no sub-20. Foram dos poucos juniores aos quais Luxemburgo, então técnico do Palmeiras, deu visibilidade. Tudo parte do esquema. Ambos eram ridículos e já saíram do clube.

Segue uma série de jogadores medíocres que não só não demandariam um investidor para contratá-los, mas que não deveriam nem ser considerados para jogar no Palmeiras: Gustavo, Jefferson, Jumar, Sandro "Excremento" Silva, Maicossuel, Evandro, Thiago Cunha, Ortigoza e Lenny. Destes apenas Lenny e "Excremento" ainda infestam o Palestra.

Assim em três anos a Traffic colocou 17 jogadores no Palmeiras, mas apenas um justificou a relação com a investidora, visto que Keirrison e Henrique fizeram apenas ponte e os demais poderiam ter sido contratados diretamente pelo clube ou nem serem considerados para contratação. Doze destes jogadores já deixaram o clube, sendo que o Palmeiras faturou algo apenas no caso dos dois jovens vindos do Coritiba, ao passo que os outros dez atletas apenas usaram o Palmeiras para enriquecer seu pobre currículo. O valor auferido com Henrique e Keirrison, pouco mais de R$7 milhões, foi menor do que o montante que o clube teve que abrir mão para a Traffic como resultado da Cesta de Atletas. E o Palmeiras ainda dilapidou seu patrimônio em benefício de terceiros, secando a fonte de receita com a venda de jogadores.
Como podemos ver, o resultado até agora da relação com a Traffic é mínimo reforço técnico competitivo, nenhum retorno financeiro, perda de receita e dilapidação de patrimônio. Seria desastroso se não fosse criminoso.

O outro modelo representado pelo vago "investidores ligados aos dirigentes" poderia ser menos danoso caso fossem aplicados a jogadores de grande qualidade e financeiramente inviáveis, mas esta não é a situação de Danilo, Márcio Araújo e, muito menos, Edinho. Além disso, tem cheiro forte de falcatrua emitido pela total falta de transparência. Entendo até que seja uma alternativa diante da penúria financeira que o clube se encontra. Mas foram também ações como estas que colocaram o clube nesta situação financeira em primeiro lugar.

Daí meu repúdio aos dois modelos. Mas então qual é a solução? Resposta: trabalho honesto. Coisa que a trindade do mal formada por Sacomani, Mustafá e Belluzzóquio não entende.