10 de outubro de 2009

Sem esperança

Não é de surpreender que cada vez mais os brasileiros se interessem pelos principais campeonatos de futebol disputados na Europa. Seja para assistir os torneios continentais ou campeonatos nacionais mais tradicionais, vê-se uma crescente legião de fãs com olhos pregados nos canais de assinatura. Também é cada vez mais comum ver as camisas dos principais clubes europeus vergadas por nossas ruas. Tudo isso fruto da concentração dos melhores jogadores naquele continente, sejam nativos ou trazidos de outros centros mediante a oferta de melhores salários, e da conseqüente maior qualidade do futebol ali disputado. Mas não é só a quantidade de craques que propiciam um melhor espetáculo. Há outros aspectos que contribuem para tornar as competições européias mais atraentes que suas congêneres locais:

Público: Os estádios recebem um público médio muito superior, com os principais jogos com lotação máxima. Casa cheia já é um espetáculo à parte, e motiva ainda mais aos jogadores para fazerem a sua parte. Mas o público comparece não só em função da qualidade dos atletas, mas também pelo conforto e segurança que encontram nos estádios. Bem longe das medíocres condições dos estádios nacionais.

Gramado: A maioria dos gramados europeus apresenta condições para a prática do melhor futebol. Já aqui no Brasil vemos gramados esburacados, cheio de areia ou terra, mal aparado, ou seja, prejudicando a qualidade do jogo e aumentado o risco dos jogadores contundirem-se.

Arbitragem: O índice de erros de arbitragem por jogo é bem menor na Europa. Mas a principal desvantagem local é a tendência dos jogadores de simularem faltas e dos árbitros de apitá-las. Por aqui até frutificam besteiras como "os juízes têm que preservar o craque". Afinal, o que significa este absurdo? O juiz tem que marcar falta segundo a regra e ponto final. Hipocrisias como essas, junto à mentalidade espertalhona do brasileiro, acabam levando os árbitros a considerarem faltosos os contatos normais no futebol, resultando em um jogo mais truncado e pior de assistir.

Organização: O calendário mais organizado e menos massacrante para os jogadores, com tempo de preparação adequado e maior intervalo médio entre as partidas, também ajudam os europeus na maior qualidade do seu futebol.

Não são temas complicados de se resolver. Mas tornam-se problemas insolúveis diante da venalidade dos dirigentes e da ignorância do agregado dos torcedores.