O que você acha de ganhar R$40 mil por mês para apenas mover cones em um gramado, contar histórias de futebol e rir um bocado? Essa é a bizarra situação de Jorginho: o homem que estava no lugar certo na hora certa, ou no popular "com aquilo virado para a lua". Jorginho fez um trabalho horrível nas bases por dois anos. Mas no seu período como interino pegou os jogadores motivados com a saída de Luxemburgo e esperançosos de ver o clube gastar menos com a comissão técnica (para sobrar mais para eles naturalmente). Resultado: o time foi bem e, como num passe de mágica (e muita idiotice da mídia), Jorginho virou um grande técnico. Sortudo? Sim. Burro? Para nada! Tanto que rapidamente se fechou para eventuais propostas do Sport e Portuguesa de Desportos. Afinal. Ele conhece suas limitações e que provavelmente não sobreviveria mais de dez partidas como técnico nestes clubes. Imagina trocar um emprego sem risco (e nem trabalho) por outro quase que suicida para alguém como ele?
Ao escrever esta postagem lembrei-me de um fato que amplia o escopo de trabalho de Jorginho. Por justiça devo incluí-lo aqui. Na última partida do Palmeiras contra o Coritiba, o atacante Daniel que estava entrando de titular naquele jogo disse ao repórter de campo que "Jorginho veio me avisar no ônibus que o Muricy queria falar comigo". Eis mais uma função de Jorginho: garoto de recados. Será que agora justifica os R$40 mil/mês?