4 de junho de 2009

Os nove anos pós-Parmalat e as divisões de base

Que o Palmeiras tem uma baixa produtividade na revelação de jogadores é um fato notório. Nos nove anos desde que a Parmalat deixou de administrar o futebol do clube, poucos jogadores foram revelados e mais de 150 atletas contratados para o elenco principal. Por brincadeira imaginei como seria o time se não houvesse sido contratados nenhum destes jogadores e fossem aproveitados apenas os jogadores das bases. Puxei pela memória e creio que daria para montar o seguinte time principal considerando apenas os pratas-da-casa que já não estão mais no clube (entre parênteses se vê o time onde o atleta atualmente atua e sua idade atual):
  • Diego Cavalieri (Liverpool – 26 anos)
  • Ilsinho (Shakhtar Donetsk – 23 anos)
  • David (Panathinaikos – 22 anos)
  • Gláuber (Manchester City – 25 anos)
  • Adauto (Vitória de Setubal – 30 anos)
  • Paulo Assunção (Atlético de Madri – 29 anos)
  • Elias (Corinthians – 24 anos)
  • Diego Souza (Kyoto Sanga – 25 anos)
  • Taddei (Roma – 29 anos)
  • Edmílson (Urawa Reds – 26 anos)
  • Vagner Love (CSKA Moscou – 25 anos)

A equipe reserva poderia ser a seguinte:

  • Gilvan (Bragantino – 29 anos)
  • Pedro (Sporting de Lisboa – 28 anos)
  • Thiago Mathias (Ipatinga – 26 anos)
  • Daniel Marques (Barueri – 25 anos)
  • Jorginho Paulista (Campinense – 29 anos)
  • Alceu (Kashima Reysol – 25 anos)
  • Ferrugem (Jubilo Iwata – 28 anos)
  • Marquinhos (Fluminense – 22 anos)
  • Vinícius Reche (Angers-FRA – 25 anos)
  • Thiago Gentil (Aris-GRE – 29 anos)
  • Reinaldo (Manisaspor-TUR – 28 anos)

Dos 22 atletas acima considero que mais da metade poderia facilmente fazer parte do atual elenco principal do Palmeiras. Pelo menos os seguintes têm, para mim, potencial para serem titulares no time de hoje: Diego Cavalieri, Ilsinho (e até o “reserva” Pedro), David, Adauto, Paulo Assunção, Elias, Taddei, Edmílson e Vagner Love.
Outra consideração é que muitos dos jogadores acima foram embora do clube sem que o Palmeiras tivesse algum retorno financeiro. Saíram de graça: Ilsinho, David, Gláuber, Elias, Taddei, Gilvan, Pedro, Thiago Mathias, Jorginho Paulista, Alceu, Marquinhos, Vinícius Reche, Thiago Gentil e Reinaldo. Paulo Assunção saiu por míseros US$350 mil e Daniel Marques foi troco na contratação de Edmílson Pantanal. Diego Cavalieri, Diego Souza, Edmílson, Vagner Love e Ferrugem renderam um total de US$15 milhões brutos (sem descontos para Bolsa de Atletas, empresários e outros donos dos direitos econômicos dos jogadores), sendo US$12 milhões adquiridos apenas via Diego Cavalieri e Vagner Love. Tudo isso demonstra a incapacidade dos dirigentes em fazer boas vendas de seus ”ativos”.
Nestes nove anos pós-Parmalat o Palmeiras ganhou apenas o título paulista do ano passado, e não apenas torrou os R$50 milhões que a Parmalat deixou em caixa, como gerou uma dívida gigantesca. Que teria acontecido se o dinheiro tivesse sido investido e o time jogasse somente com os pratas-da-casa? Com certeza estaria nadando em dinheiro, obviamente se os dirigentes não encontrassem outras formas de desviá-lo, como por exemplo, para cobrir os “rombos” do clube social. E olha que apesar das pouquíssimas revelações das bases, o time acima poderia ter ganhado até mais que um campeonato paulista...