5 de junho de 2009

O erro da “violência nos estádios”

A morte do torcedor na última quarta-feira foi lamentável. Mas mais lamentável é a reação das autoridades e da mídia. Quanta estupidez é proferida para marcar presença ou vender jornais! Por mais absurdos que sejam estes confrontos fatais entre torcedores, estas mortes são uma fração dos 50 mil assassinatos anuais que ocorrem no Brasil. Sim, o Brasil é o país com maior número de assassinatos no mundo, e o sexto na conta per capita, atrás apenas de países em conflito como Colômbia, África do Sul e Jamaica, ou tocados pelo véu negro do comunismo com a Venezuela. Morrem mais pessoas assassinadas no Brasil por ano do que morreram no Iraque nesta última guerra. Mas então porque ao invés de fazer todo este escarcéu pela morte de sete ou oito vítimas da violência ligada ao futebol na última década não vemos manchetes e total indignação nas ruas pelas centenas de milhares assassinados neste período como fruto da impunidade, da corrupção, do tráfico de drogas, da ganância, da falta de espiritualidade, e de organizações criminosas como MST e as ONGs? Falam que paixão pelo futebol não é desculpa para a morte de alguém. Quanta besteira! Por acaso as outras dezenas de milhares de assassinatos são justificáveis? Porque tanta hipocrisia?

Falar em resolver o "problema da violência nos estádios" diante do quadro sombrio que paira sobre o país é tamanha ignorância que faz qualquer pessoa um pouco mais consciente perder as esperanças de dias melhores. É olhar um arbusto e perder de vista a floresta.
Como ter alguma esperança com um povo que vem anos a fio escutando a ladainha de que pobreza justifica violência, que polícia é bandido e bandido é excluído social? Onde o partido no poder mata seus prefeitos como queima de arquivo? Cujo presidente não combate o tráfico de drogas para não prejudicar as FARCS, seus parceiros no Fórum de São Paulo? Mas nada disso é importante, o que realmente conta é acabar "com a violência nos estádios". Afinal, vamos ter Copa do Mundo no Brasil!