17 de fevereiro de 2009

Ratos e homens

É aterrador ver a leviandade com a qual Luxemburgo insinua a falta de empenho dos jogadores como causa da queda do time no final do ano passado. Essa acusação tem como endereço alguns jogadores que deixaram o elenco, principalmente Elder Granja, David, Leandro, Martinez, Léo Lima e Alex Mineiro. Porém pergunto-me porque estes jogadores que tanto se empenharam ao longo do ano, e principalmente no título paulista, resolveram empenharem-se menos no final do ano? Uns dizem que seriam mercenários e não estavam satisfeitos com a premiação prometida. Será? Porque alguém iria preferir prêmio nenhum a um prêmio eventualmente inferior aos ofertados pelos concorrentes ao título? Qual a lógica disso? Se houve alguma razão de falta de motivação elas passam longe de jogadores querendo “rasgar dinheiro”. Mas os jogadores teriam outros motivos para sentirem-se menos enganjados com clube:

  • O técnico mostrou no segundo semestre estar mais preocupado com torneios de pôquer, pousar de comentarista esportivo, fazer campanha pessoal para assumir a seleção nacional e brigar com a torcida. E este safado diz que os jogadores perderam a motivação?
  • Como devem se sentir os jogadores que acabaram de tirar o time da fila ao verem mediocridades como Capixaba, Jefferson, Jumar e Sandro Silva serem contratados para serem a nova “base” do time como dizia ao quatro ventos o técnico? Ainda mais diante do evidente comércio pessoal por trás destas contratações. Muito motivador, não é mesmo?
  • Também deve ser muito motivador ver os dirigentes falando em manter a base e não te procurarem para renovar contrato, mesmo você sendo eleito entre os três melhores da Série A na sua posição (Elder Granja e Leandro), jogando bem mesmo improvisado de zagueiro (Martinez) ou um dos artilheiros da competição (Alex Mineiro).

Motivação de um grupo depende do comando. E isso não houve nem de perto na reta final do ano passado. Luxemburgo e os dirigentes vêm agora culpar os jogadores porque são ratos e não homens.

Mas apesar dos erros destes ratos, ainda não acredito na mentira da desmotivação. Até porque não conheço profissional que não queira ser reconhecido como o melhor no que faz (ser campeão), valorizar-se e ainda embolsar um extra merecido. Mas o time correu menos no final do ano, dizem os mais afoitos. Bem, quanto a isso eles devem perguntar aos preparadores físico da comissão técnica mais cara do hemisfério sul.