3 de fevereiro de 2009

Promessas de Campanha I: administrar melhor as despesas

Muitas das promessas de campanha de Belluzzo soam muita estranhas, pois ignoram o fato do seu grupo ter comandado o futebol nos últimos dois anos. Desta feita falo da questão de redução dos gastos e equilíbrio financeiro que o presidente prometeu em entrevistas. Desde que assumiu o futebol, o Muda Palmeiras (grupo do Belluzzo) manteve muitas das atitudes perdulárias da gestão anterior:
  • Em 2007 contratou mais de 20 jogadores para o Palmeiras B e provocou a queda de divisão do time. Depois falaram em utilizar o sub-20 na A3 (outro erro grosseiro), mas seguiram contratando jogadores acima de 20 anos. Somente este ano já foram 6 contratações. Palmeiras B é só despesa e nenhum resultado. Mas sua manutenção tem permitido aos dirigentes conduzirem suas pequenas negociatas, cabendo ao clube pagar a conta.
  • Em 2008 contrataram a comissão técnica mais cara do hemisfério sul e neste ano a incharam com mais dois profissionais inúteis (ver http://quixoteverde.blogspot.com/2009/01/luxemburgo-deita-e-rola-com-o-dinheiro.html). Também criaram a figura do diretor de futebol remunerado, contratando o pateta Cecílio. Qual o retorno que ele trouxe? E logo depois de eleito Belluzzo disse que vai pagar mais um diretor de futebol.

  • Mantém um grupo sob contrato no sub-20 com mais de 50 jogadores sob contrato sem produzir nenhum resultado. E ainda conseguem perder a única revelação, David, sem receber um tostão por ele. Qual o retorno das bases? Quem é o responsável?

  • Nos últimos dois anos contrataram 39 jogadores para o elenco principal, perfazendo a incrível média de praticamente 20 atletas por ano. E pior, a média de acertos nestas contratações não foi muito diferente da época do Mustafá (ver http://quixoteverde.blogspot.com/search/label/Administra%C3%A7%C3%A3o). E tudo indica que manterão a média, pois estamos entrando em fevereiro e já foram contratados 9 jogadores.

  • Os erros nas contratações, aliado a incapacidade de negociação, geraram um aumentou no número de jogadores que o Palmeiras mantém encostados ou emprestados de forma subsidiada aos outros clubes. Ainda houveram requintes de crueldade como a renovação do contrato de jogadores, e.g. Róbson, para permanecerem encostados durante todo período do contrato.

Se Belluzzo quiser mesmo gerir melhor as despesas ele deve:

  1. Limpar o elenco de todos os encostados e emprestados. Hoje temos 20 jogadores (sem idade de sub-20) nestas condições. Dos quais apenas André Zuba e Willian poderiam permanecer ligados ao clube.
  2. Enxugar o elenco principal mantendo 22 jogadores e utilizando o sub-20 para cobrir as eventuais necessidades por contusão ou suspensão. Hoje o elenco conta com 28 atletas e poderia reduzir 6 atletas em prejuízo a competitividade do time: Deola, Paulo Miranda, Jeci, Max, Evandro e Daniel (emprestar).
  3. Terminar de uma vez por todas com o Palmeiras B e suas despesas.
  4. Reduzir o número de contratados no sub-20 para no máximo 30 atletas, visando qualidade e não quantidade.
  5. Acabar com o sub-11 e sub-13 de baixa produtividade e usos não claros (parece mais escolinha de futebol para filho de associados). As despesas não são muitas, mas totalmente inúteis.

  6. Reduzir a comissão técnica a padrões compatíveis com o futebol nacional. O mais importante é que isso pode ser feito sem nenhuma perda esportiva. Ou será que Nei Pandolfo, o grande (mas hoje sem função) Valdir Joaquim de Moraes, o cinegrafista Antonio Ceolin, Omar Feitosa, Cantarele, Lulinha(!) e outros fazem o time jogar melhor.
  7. Buscar um técnico competente e honesto para substituir o caro, e de tantos conflitos com a Justiça, Luxemburgo.

Acho difícil que Belluzzo toque em qualquer dos pontos acima, até porque foi o seu grupo que criou ou fomentou estes problemas. Além disso, o presidente Pinóquio não abordou um dos temas mais importantes: a separação financeira entre o Futebol e o Clube Social. O time já tem problemas financeiros demais para bancar um clube social deficitário. E é deficitário também porque conta com os milhões que rolam no futebol (mesmo que fruto de empréstimo bancário) para cobrir o seu buraco. Até quando os milhões de torcedores palmeirenses vão financiar os poucos gatos-pingados sócios do clube social? Que cada um administre suas finanças em separado, com honestidade e competência. Parece simples, mas estas duas características, honestidade e competência, são escassas junto aos dirigentes. E os "300 malditos" do conselho não querem se afastar dos milhões do futebol... porque será?