O Palmeiras se reapresenta amanhã com muitas novidades e indefinições. O elenco vem passando por uma completa renovação e de certo só podemos dizer que a equipe ainda não se reforçou. Reforçar significa tornar-se mais forte e não simplesmente contratar novos jogadores. Nesta segunda-feira teremos seis novos atletas ingressando no elenco principal mas doze jogadores deixaram de ter contrato com o clube: Entram: Marquinhos, Willians, Pablo Armero, Cleiton Xavier, Maurício Ramos e Danilo
Saem: Elder Granja, David, Leandro, Léo Lima, Martinez, Kleber, Alex Mineiro, Roque Junior, Denilson, Maicosuel, Thiago Cunha e Jorge Preá
Como fica o elenco com estas modificações? Onde estão as carências? Vejamos isso analisando como está cada posição em relação ao ano passado:
Goleiro: Marcos, Bruno Cardoso e Deola foram mantidos até agora, portanto, não há nesta posição nenhuma alteração, e considero que a posição está bem servida.
Lateral Direito: Saiu Elder Granja e ficou apenas o limitadíssimo Fabinho Capixaba. Será uma constante dor de cabeça caso não venha um novo jogador para a posição. E existe este risco, pois os dirigentes já comentaram sobre uma possível improvisação do também limitado Sandro Silva nesta função.
Zagueiro: Saiu Roque Junior e David ainda não renovou seu contrato, por outro lado trouxeram os limitados Maurício Ramos e Danilo, que até hoje em suas carreiras não realizaram mais do que Jeci e Gladstone (que também devem deixar o clube). Assim arrancamos a temporada provavelmente com os seguintes atletas: Gustavo, Maurício Ramos, Danilo e Maurício. Um enfraquecimento do setor pela perda do potencial de David. Urge a renovação do contrato deste jovem jogador para ao menos manter o (baixo) nível anterior, e a contratação de um zagueiro experiente que jogue na ala esquerda caso se queira reforçar o setor (todos os zagueiros do time são destros e vinham jogando na ala direita).
Lateral Esquerdo: Pablo Armero vem substituir Leandro, trocando certeza e experiência por uma boa promessa mais jovem. O ideal seria que Armero viesse para disputar posição com Leandro até o final da Libertadores e depois, comprovando seu valor, assumisse a posição. Mas não foi assim e torço para que Armero adapte-se rapidamente e comprove o seu potencial. Na reserva ficamos com o péssimo Jefferson. Assim, na melhor hipótese, estamos mantendo o nível do não passado nesta posição.
Volante: Perdemos os habilidosos e experientes Léo Lima e Martinez (nosso único volante canhoto), substituindo-os pela boa promessa Willians e o errático Cleiton Xavier. A princípio considero que perdemos equilíbrio e poder de marcação no meio de campo, mas podemos ganhar em velocidade e dinamismo. Porém, visto que a promessa Willians tem que firma-se e Cleiton Xavier pode ser uma grande ilusão, considero que o setor fica devendo ao do ano passado. Lembrando que Jumar e Sandro Silva são muito limitados.
Meia: Ficaram Diego Souza, Deyvid e Evandro, saindo Maicosuel. Ou seja, estamos na mesma. O ideal seria trazer um grande meia canhoto para reforçar o elenco.
Atacante: Só ficou o medíocre Lenny e chegou a revelação Marquinhos. É o setor mais prejudicado do elenco. A renovação com Kleber e contratação de dois jogadores de área é crítica.
Resumindo, não considero que nenhum setor do time foi reforçado com relação ao final do ano passado, estando inferiorizado nas posições de zagueiro e volante, e com graves problemas na lateral direita e ataque. Por isso aguardo que nos próximos dias os dirigentes acertem a renovação dos contratos de David e Kleber, e contratem, no mínimo, um lateral direito, um zagueiro canhoto, um volante/meia canhoto e um atacante de área.
Mesmo com estas renovações e contratações, teremos que aguardar que este novo time se entrose para atingir seu potencial. Por isso, os dirigentes não deveriam reagir com ares de indignação quando a imprensa diz que o Palmeiras ainda não se reforçou este ano, afinal as contratações, incluindo aí algumas excelentes promessas, ainda não compensaram as perdas do elenco. Estas declarações de indignação, por vezes carregadas de ironia, apenas demonstram desconexão com a realidade e interesses eleitoreiros.
