O princípio da parceria com a Traffic tem lógica: ter um investidor que complementa o time com investimentos que o clube não pode realizar. Assim o Palmeiras trouxe Henrique e Diego Souza, bem como pleiteia Keirrison. Porém todos os demais jogadores trazidos pela Traffic, direta e indiretamente, não se enquadram nesta categoria e prejudicam o Palmeiras. Sim prejudicam, pois estes jogadores representam um potencial de lucro que o time desde já não pode realizar. E é bem conhecido o quanto venda de atletas é importante para as finanças dos clubes brasileiros.
Venho repetindo isso porque parcerias que não são bem administradas têm resultados desastrosos quando terminam. Não é por menos que Palmeiras, Grêmio e Corinthians caíram para a segundo divisão pouco depois que suas parcerias se encerraram.
Parcerias
Palmeiras – Parmalat
Grêmio – ISL
Corinthians – MSI
Notem que mesmo Palmeiras e Parmalat, a melhor parceria que já houve no futebol brasileiro, levou o time a cair de divisão depois do seu encerramento. Tudo porque os dirigentes não souberam administrá-la. Durante a parceria nunca investiram nas bases e infra-estrutura, e depois torraram o dinheiro em reposições pífias dos jogadores que saíram.
Na presente parceria o Palmeiras não vai coletar tanto dinheiro como naquela espetacular relação com a Parmalat. Temo que uma debandada da Traffic deixe o time sem jogadores e sem dinheiro em caixa. E este receio pode fazer com que a dependência da Traffic aumente ainda mais. É o risco de um perigoso circulo vicioso. Atualmente 12 dos 25 jogadores de linha do elenco principal já não têm vínculo com o Palmeiras.
Os dirigentes precisam pensar seriamente nas divisões de base e só aceitar jogadores da Traffic que o time não possa contratar diretamente, e esta não é a situação de Gustavo, Jefferson, Sandro Silva, Jumar, Maicosuel, Lenny, Paulo Miranda e Moacir. Também não é o caso dos especulados reforços Cleiton Xavier e Xandão. É preciso administrar melhor esta pareceria. Os exemplos do passado estão aí para provar.